Por Fernanda Cano, analista de conservação da Ecoa.
Foi publicado recentemente na scientific reports um estudo sobre a dinâmica dos grandes desastres ambientais envolvendo incêndios no Pantanal brasileiro de autoria de Pelissari et al. (2023). O estudo teve como objetivo:
-avaliar a relação entre focos de fogo e absorção de carbono (GPP), precipitação e dióxido de carbono (CO2) fluxo;
-analisar a recuperação da vegetação utilizando a razão de queima normalizada diferenciada no Pantanal brasileiro entre 2001 e 2022;
-identificar áreas prioritárias, onde ocorreram as maiores intensidades de focos de incêndio, a fim de orientar políticas públicas no Brasil para manter a conservação local.
A análise do estudo demonstra que entre 2001 a 2022 foram detectados 300.127 focos de incêndio em todo o Pantanal brasileiro. O ano de 2020 teve o maior número de focos, 50.159, sendo o estado de Mato Grosso do Sul o maior afetado, com 201.542 focos.
As áreas identificadas como “alta probabilidade de incêndios florestais” estão nos municípios de Cáceres e Poconé, no Estado de Mato Grosso, e Corumbá, no Estado de Mato Grosso do Sul.
O estudo de maneira geral, demonstra que é possível utilizar os dados de anos anteriores e prever possíveis catástrofes, contudo, para mitigação de incêndios no bioma Pantanal, é necessário definir as seguintes questões, segundo os autores:
(i) estabelecimento de áreas prioritárias para a implantação de infraestrutura de combate a incêndios;
(ii) mapeamento de áreas com alto potencial de matéria orgânica para o monitoramento dessas áreas;
(iii) investimento em financiamento, tecnologia e abordagens para substituir o fogo como prática agrícola.
Pelissari et al. (2023), ressaltam “as mudanças no cenário do bioma, aliadas às mudanças climáticas, demandam maior atenção e sensibilidade dos governos brasileiros, além de novas abordagens no combate às queimadas para garantir a segurança ambiental do bioma.”
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