Polinizadores em debate: O 1º Relatório Temático de Polinização, Polinizadores e Produção de Alimentos no Brasil e de seu respectivo “Sumário para Tomadores de Decisão”, lançados quarta-feira (06/02), durante evento na FAPESP, traz em discussão os diversos fatores que têm ameaçado os polinizadores, tais como desmatamento, mudanças climáticas, poluição ambiental, agrotóxicos, espécies invasoras, doenças e patógenos.
Importância econômica da polinização: De acordo com o coordenador do programa BIOTA-FAPESP e membro da coordenação da BPBES Carlos Joly, o relatório apresenta o caráter ecossistêmico da polinização, que não somente ajuda na conservação das espécies em si, mas também contribuem no quesito econômico. Um dos resultados apresentados pela pesquisa indicaram que o valor do serviço ecossistêmico de polinização para a produção de alimentos no país girou em torno de R$ 43 bilhões em 2018. Desse valor total, 80% está relacionado a quatro cultivos de grande importância agrícola: a soja, o café, a laranja e a maçã (Malus domestica).
Potencial de polinização: O relatório indica que a lista de “visitantes” das culturas agrícolas supera 600 animais, dos quais, no mínimo, 250 têm potencial de polinizador. Entre eles estão borboletas, vespas, morcegos, percevejos e lagartos. As abelhas predominam, participando da polinização de 91 (80%) das 114 culturas agrícolas que dependem da visita de polinizadores e são responsáveis pela polinização exclusiva de 74 (65%) delas.
Políticas públicas de conservação: Para os pesquisadores, diante do cenário de risco, ainda existem ações voltadas à conservação e ao manejo do serviço ecossistêmico de polinização, como as formas alternativas de controle e manejo integrado de pragas e doenças, redução do deslocamento de agrotóxicos para fora das plantações, produção orgânica e certificação ambiental. No entanto, reafirmar que existe a necessidade da implantação de uma política pública destinada aos polinizadores, à polinização e à produção de alimentos de forma sustentável.
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