A bióloga premiada Patrícia Médici, do Instituto Nacional para a Conservação da Anta Brasileira, uma iniciativa do Instituto de Pesquisas Ecológicas, notou, durante necropsia e coleta de amostras de cadáveres frescos em antas, que o estado corporal dos animais estava bastante depauperado se comparado às antas que são encontradas no Pantanal. Segundo ela, “No Cerrado era bem diferente: bichos magros, com costelas aparentes, algumas mutações como dedos a mais, dentes feios, lesões – tudo o que se possa imaginar em termos de situações visíveis”.
O resultado de investigação de Médici sobre as antas do Cerrado revelou contaminação por produtos químicos em 41% do total das antas analisadas.
Segundo a revista National Geographic, que realizou em novembro de 2021, uma série de reportagens sobre o Cerrado, a sobrevivência no Cerrado se tornou um desagio para as antas, que são os maiores mamíferos terrestres do Brasil. “Para se deslocar de um trecho de mata a outro, os animais encaram todo tipo de interferência humana: campos de agricultura e pecuária, ataques de cães domésticos, rodovias, vilarejos, plantações de eucaliptos, fogo descontrolado, caça ilegal e contaminação por agrotóxicos e metais. As antas se deslocam por grandes distâncias e acabam se contaminando ao cheirar ou tocar o solo, beber água contaminada ou até mesmo se alimentar de pequenas quantidades de soja ou cana.”.
Leia a reportagem completa de Adele Santelli aqui.