Via ClimaInfo
Participação da fonte equivale hoje a 18% da capacidade instalada da matriz elétrica brasileira e a cerca de 10% da geração de energia no país.
A instalação de projetos solares fotovoltaicos continua acelerada no Brasil. A fonte ultrapassou a marca de 42 gigawatts (GW) de potência instalada no país, o que equivale à capacidade de três hidrelétricas de Itaipu, que tem cerca de 14 GW. Somente este ano já foram adicionados mais 5 GW de energia solar na matriz elétrica brasileira, de acordo com a ABSOLAR.
Na geração distribuída (GD), modelo pelo qual a produção da eletricidade é feita pelo próprio consumidor, o país conta com 28,6 GW de potência instalada da fonte solar. Isso equivale, segundo a associação, a cerca de R$ 141,3 bilhões em investimentos e R$ 42,2 bilhões em arrecadação desde 2012.
Uma das modalidades de GD é a residencial, e o Brasil chegou a 2 milhões de residências com painéis fotovoltaicos nos telhados. Conforme a ABSOLAR, os telhados solares abastecem mais de 2,5 milhões de unidades, pelo compartilhamento de créditos de energia gerados para imóveis da mesma titularidade e na mesma área de concessão da distribuidora, explica a Exame.
Já na geração centralizada, formada por grandes usinas solares que vendem sua produção elétrica em leilões do governo, são 13,4 GW de capacidade solar instalada. Desde 2012, os investimentos somam R$ 58 bilhões e R$ 19,6 bilhões em arrecadação.
A participação da fonte solar equivale hoje a 18% da capacidade instalada da matriz elétrica brasileira e a cerca de 10% da geração, informam InfoMoney, IstoÉ Dinheiro e Canal Solar.
Em tempo 1: O Brasil é um dos 18 países em que a energia solar tem taxa de penetração superior a 10%, mostra estudo do Programa de Sistema Fotovoltaicos da Agência Internacional de Energia (IEA PVPS, na sigla em Inglês). A taxa de penetração estima a contribuição da fonte para atender à demanda de eletricidade de cada mercado nacional, levando em conta o potencial de geração da capacidade instalada acumulada.
Segundo o levantamento, o número de países que superam o patamar de 10% dobrou em relação a 2022. No total, a energia solar contribuiu para atender a cerca de 8% da demanda elétrica global, detalha o Portal Solar. Ao final de 2023, o país com maior nível de penetração da energia solar era a Espanha, com 21,1%. Holanda, Chile, Grécia e Austrália completam as cinco primeiras posições. O Brasil, com 10,5%, ficou em 17º, superando a China, líder global em capacidade instalada.
Em tempo 2: A energia solar é a principal estratégia para levar eletricidade a comunidades isoladas da Amazônia em substituição à energia suja e cara de geradores a diesel fóssil que costumam abastecer essas localidades. No entanto, em comunidades da Reserva Extrativista do Médio Purus, em Lábrea (AM), a instalação dos painéis fotovoltaicos e equipamentos relacionados à geração solar pela Amazonas Energia, distribuidora local, corre o risco de ir por água abaixo – literalmente.
Como mostra a Piauí, os kits solares estão sendo instalados em áreas que alagam durante a cheia do rio Purus. “A instalação ocorreu sem uma conversa anterior com a comunidade. As baterias, os controladores e os inversores foram colocados nos assoalhos das casas”, conta Jessé Oliveira, dirigente da Associação dos Trabalhadores Agroextrativistas do Médio Purus. “A chance de molhar e estragar todo o sistema é grande”, completou. Renovável sim, mas não assim.
Em tempo 3: O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou US$ 7 bilhões em subsídios governamentais para projetos de energia solar residencial, que atenderão mais de 900 mil lares em comunidades de baixa e média renda, informam Estadão e Valor. Os subsídios estão sendo concedidos pela Agência de Proteção Ambiental (EPA, sigla em Inglês). Os projetos devem reduzir as emissões de dióxido de carbono e economizar aos domicílios US$ 350 milhões anualmente, de acordo com autoridades do governo.