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Com seca, rio Amazonas deve baixar históricos 8 metros

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Força-tarefa, definida em reunião em Brasília, reforçará medidas que vêm sendo adotadas pelo Estado, como envio de ajuda humanitária e combate a incêndios. (Foto: Defesa Civil Amazonas).

Via ClimaInfo

-Média de vazão para setembro nos últimos 20 anos foi de 4,38 metros;

-Ribeirinhos sofrem com insegurança alimentar e fauna local padece nas águas quentes.

– A estiagem severa que vem reduzindo drasticamente os níveis de água na bacia amazônica pode fazer um dos maiores rios do mundo registrar uma baixa histórica.

Até a última quarta-feira (27), o rio Amazonas já havia baixado 7,35 metros – nos últimos 20 anos, a média de vazão em épocas de seca foi de 4,38 metros. Em alguns locais do Amazonas, como o lago e o rio Tefé, a água praticamente secou. Em outros pontos, o que resta está tão quente que peixes e mamíferos estão morrendo.
A medição do nível do rio Amazonas é realizada há décadas pelo Porto de Manaus, na região de confluência dos rios Negro e Solimões. Nos últimos 15 dias, o rio tem baixado cerca de 30 cm diariamente, explica O Eco. “A gente tem alguns dias até o final do mês. Com mais alguns dias a 30 cm por dia, a gente vai bater 8 metros de descida do rio no mesmo mês, o que é absurdamente alto”, diz o professor do Programa de Pós-graduação em Biologia de Água Doce e Pesca Interior do Instituto de Pesquisas da Amazônia (INPA), Jansen Zuanon.
E a tendência é de mais estiagem. Pelo menos até dezembro, a situação em 38 dos mais importantes rios da Amazônia – e também em quatro do Pantanal – deve permanecer crítica, com vazões abaixo da média histórica, informam O Globo e Brasil 247. A seca está sendo agravada pelas mudanças climáticas e pelo fenômeno El Niño.
Estão na lista os dois grandes formadores do rio Amazonas – o Negro e o Solimões –, além de outros cursos d’água gigantes da região amazônica, como Tapajós, Madeira, Juruá, Tocantins, Xingu e Purus. Até dezembro, toda a Região Norte deve estar sob estado de seca, que será severa principalmente no estado do Amazonas.
Em Manaus, capital amazonense, a estiagem extrema secou totalmente o Lago do Aleixo, na zona leste da cidade, relata o g1. A água deu lugar à lama, que a cada dia fica mais seca e causa rachaduras no solo. A situação já afeta a economia de quem tirava dos flutuantes do lago o “ganha-pão” da família .
Se alguns estão perdendo até mesmo seu sustento, outros estão se aproveitando da seca extrema para ganhar muito mais. Empresas de práticos começaram a cobrar uma “taxa de seca” para atracar navios cargueiros em rios do Amazonas. Segundo o especialista em comércio Mário Pierre, ouvido pelo g1, quando os rios estão em condições normais, as empresas de práticos – homens que ancoram os navios em determinado porto – cobram, em média, R$ 70 mil por embarcação. Com a estiagem, o valor passou para R$ 800 mil.
Além de prejudicar a população, a seca ainda facilita a propagação do fogo na região. É o que acontece em Iranduba, cidade a 27 km de Manaus, onde um grande incêndio está atingindo uma área de floresta. De acordo com o g1 e o Imediato, o fogo se espalhou por cerca de 3 quilômetro em uma região de mata. O combate ao fogo é dificultado pelo fato da área ser de difícil acesso.
Diante do agravamento da situação, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, confirmou ações emergenciais do governo federal para atender as populações amazônicas atingidas pela estiagem, relata a Folha. As medidas incluem o envio de medicamentos, água e cestas básicas, a antecipação do período de defeso da pesca e a liberação de recursos do FGTS

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