Via ClimaInfo
A água doce circula do oceano para o ar, das nuvens para os rios e daí de volta aos oceanos. Este vaivém constante pode nos dar a ilusão de que sempre teremos água nas nossas torneiras. Porém, um estudo publicado nesta 4a feira (23/2) na Nature revela que esse ciclo está mudando mais rápido do que se esperava.
À medida que a Terra se aquece, o ciclo da água se intensifica em um padrão “molhado-fica-mais-molhado-e- -seco-fica-mais-seco”. Ou seja, cada vez mais água doce está deixando regiões secas do planeta e terminando em regiões úmidas.
Isso significa que, em áreas relativamente secas, haverá secas mais intensas e com mais frequência; em áreas relativamente úmidas, tempestades e inundações mais extremas. Nas próximas décadas, esta mudança pode tornar muito mais difícil o acesso à água doce em grandes áreas do planeta.
O estudo está bem detalhado neste artigo do The Conversation. Guardian, Phys.org e a Universidade de Nova Gales do Sul também comentaram o estudo.
Outro indicador da emergência climática foi descrito na Folha: o recuo das 26 mil geleiras do Chile, incluindo os campos de gelo do Norte e do Sul. Juntos, estes formam a terceira maior massa de gelo do mundo, atrás apenas da Antártica e da Groenlândia, estendendo-se por 3.500 km2 de superfície, respondendo por 63% da superfície glacial do Chile.
Alexis Segovia, glaciologista da Unidade de Glaciologia e Neve da Direção Geral de Águas do Chile, explica que “as geleiras são um indicador por excelência das mudanças climáticas porque são gelo e reagem a temperaturas mais altas”. Elas também “devolvem muita radiação que chega à Terra” e, se continuarem diminuindo, o planeta “aquecerá mais rapidamente”.