A partir desta terça-feira (2/2), data em que se comemora o Dia Mundial das Áreas Úmidas (World Wetlands Day), estão abertas as inscrições para o concurso internacional de fotografias com o tema Áreas úmidas para o Futuro: Modo de Vida Sustentável. O concurso, direcionado para jovens de 15 a 24 anos, é uma iniciativa do Secretariado da Convenção de Ramsar, com sede na Suíça. Cerca de 150 países são signatários da Convenção, inclusive o Brasil.
O tema de 2016, modo de vida sustentável, foi escolhido para demonstrar o papel relevante desses ecossistemas na conservação da biodiversidade e como meios de sobrevivência de pessoas. Os brasileiros interessados podem fotografar áreas úmidas nas zonas costeiras (manguezais, campos alagáveis e praias) e interiores (várzeas amazônicas, veredas, igapós, campinarana e pantanal), ressaltando sua utilização para sustento das populações.
Cada interessado pode enviar até três fotos, preenchendo o formulário até as 23h59 do dia 2 de março de 2016 (horário suíço). As fotos devem ser tiradas com celular ou câmera digital. O vencedor ganhará uma viagem para o sítio Ramsar de sua escolha, de qualquer parte do mundo, com passagens doadas pela Star Alliance Biosphere Connections.
ATIVIDADES EDUCATIVAS
Além dos jovens, outro público-alvo importante são os educadores. Neste ano, o Secretariado da Convenção de Ramsar preparou um Guia para professores e organizadores, sugerindo propostas de atividades para o Dia Mundial das Áreas Úmidas 2016, além de elaborar cartazes e folhetos explicativos.
Para os professores e organizadores, as sugestões incluem visitar uma área úmida; descobrir como esses lugares são essenciais para o modo de vida das pessoas; e aprender como as comunidades locais usam, de forma racional, as áreas úmidas; além de enviar até três imagens ao Concurso Internacional de Fotos para Jovens de 15 a 24 anos.
No Brasil, a Convenção de Ramsar conta com o apoio do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e visa favorecer a educação, além de informar e promover o uso racional das zonas úmidas nas regiões ao redor do mundo onde a Convenção atua, envolvendo a juventude nas ações em favor da biodiversidade.
ÁREAS DEGRADADAS
Cientistas estimam que 64% das áreas úmidas mundiais já desapareceram desde o ano 1900, o que se configura um problema para a humanidade, dizem eles. Além disto, áreas úmidas costeiras, marinhas e continentais estão desaparecendo rapidamente, alertam. De acordo com pesquisadores, aproximadamente 40% das zonas úmidas foram degradadas, nos últimos 40 anos, com base em análises da extensão dessas regiões, sendo que o declínio é continuo, a uma taxa de 1,5% por ano.
Foi para evitar que a situação se agrave ainda mais que o Comitê Permanente da Convenção de Ramsar instituiu, em 1997, o Dia Mundial das Áreas Úmidas. De acordo com a Convenção, o futuro da vida na Terra depende desses ecossistemas que fornecem e purificam a água, enquanto reabastecem as reservas subterrâneas. Há que se considerar, ainda, que as regiões úmidas e alagadas, natural ou artificialmente, respondem pelo sustento de mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo.
A data foi definida em homenagem ao dia da adoção da Convenção, em 2 de fevereiro de 1971, na cidade iraniana de Ramsar. Desde então, o propósito continua sendo o de estimular governos, organizações da sociedade civil e grupos de cidadãos a realizar ações que despertem o interesse para a importância das áreas úmidas, a necessidade de sua proteção e os benefícios que o cumprimento dos objetivos da Convenção podem proporcionar. Atualmente, 150 países são signatários do tratado, incluindo o Brasil.
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No concurso internacional de 2015, o fotógrafo pernambucano Hélder Santana, foi o vencedor do certame, no qual participaram 2,2 mil jovens de todos os continentes, que apresentaram trabalhos sobre o tema “Áreas úmidas para o nosso futuro: Juventude”.
O concurso de 2016 terá, novamente, a participação de Hélder Santana: “Vou me inscrever sim, inclusive porque este é o último ano que eu posso participar, por conta do limite de idade estabelecido, que é de 24 anos”. E avisa: “Estou procurando em meu portfólio as imagens que melhor representam o tema, ou talvez até consiga elaborar algo inédito até o fechamento do concurso, pois este é um processo muito intuitivo e que requer algum tempo. Depois, é só votar e torcer pelo melhor, mais uma vez”.
Hélder conta ter se tornado ainda mais popular depois de vencer o concurso de 2015: “Eu me tornei bem mais conhecido. Meu nome ganhou um peso que antes era representado pelo meu potencial, que veio a se confirmar com tal prêmio. Não ganhei dinheiro, mas muito respeito e consideração, muitas palavras de carinho de pessoas que eu sequer fazia ideia que existiam, de todas as partes do país e até mesmo do exterior. E algo permanecerá marcado em mim, que é a satisfação em ter representado o país internacionalmente, e vencido, valorizando nossa cultura e trazendo orgulho para toda uma nação”.
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Fonte: Ministério do Meio Ambiente