6 nov. 2021
O engenheiro ambiental Michael Becker da equipe de implementação do CEPF (Fundo de Parcerias para Ecossistemas Críticos, sigla em inglês), afirma que o problema da falta de chuvas e redução de vazão de rios em todo o país passou a ser acompanhado mais de perto pelo Monitor das Secas, da ANA (Agência Nacional de Águas), o que demonstra claramente a situação preocupante a que se chegou. Áreas que antes não tinham necessidade de serem monitoradas agora passam por observação constante. Como a Ecoa tem mostrado, é a configuração de uma crise construída pela devastação ambiental somada a mudanças climáticas.
Becker defende que defende a realização de ações de recuperação e de manutenção de nascentes e áreas de preservação ambiental para que seja possível a continuidade da produção agrícola.
O fundo CEPF apoiou a Ecoa na reconstituição de nascentes e na recomposição florestal em áreas de Cerrado. Veja matéria sobre isso aqui.
As declarações de Becker estão em matéria do UOL sobre redução na produção agrícola em áreas onde normalmente se tem duas safras, mas que com a crise hídrica não ocorreu.
6 nov. 2021
Estudo de Alcides Faria
Quais são os processos causadores da crise hídrica que vem assolando a bacia hidrográfica do rio Paraná, região mais rica do Brasil, Argentina e Paraguai?
O estudo “Crise hídrica. Mudanças climáticas, devastação ambiental, ineficiência energética, desperdício – muito além da ´falta´ de chuvas”, que reúne e revisa escritos do biólogo e diretor executivo da Ecoa, Alcides Faria, ao longo de 2021, responde a essa pergunta com o objetivo de mostrar que a menor quantidade de chuvas, nos últimos anos, conduziu a uma condição de crise aguda em decorrência de diversos processos fundados na percepção equivocada de que o Brasil é um “gigante pela própria natureza”, como diz o hino nacional, como se a natureza fosse um recurso interminável.
Será que, no futuro, questões como mudanças climáticas, eficiência energética, desperdício, atraso tecnológico, degradação ambiental e expansão de energias renováveis serão pautadas pelas políticas públicas nacionais? É o que pergunta o autor, movendo-nos não apenas para uma reflexão crítica, mas também para a ação política.
O estudo está subdividido em oito capítulos: 1. A caminho do colapso; 2. Escrito nas árvores – os anéis contam a história climática; 3. O centro da crise: a bacia do rio Paraná e o excesso de represas; 4. Hidrelétricas velhas; 5. O desmatamento das florestas e do cerrado na bacia do rio Paraná; 6. A degradação dos solos; 7. Perdas de água tratada contribui para a crise hídrica duplamente; 8. Indeficiência energética, perdas e desperdício.
Baixe o documento aqui.
5 nov. 2021
A falta de planejamento na base dos problemas, é o que mostra texto de Amalia Safatle no Valor (5/11)
A seguir uma parte do texto.
Durante um debate sobre os impactos da crise, realizado pela Fecomercio em outubro, o físico José Goldemberg afirmou que as térmicas custam cinco a dez vezes mais que as hidrelétricas e que, se o governo tivesse lançado leilões de renováveis a tempo, os reservatórios não teriam chegado a outubro com 17% da capacidade nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Para Kishinami, [Coordenador sênior do Instituto Clima e Sociedade] a atitude mais econômica teria sido a contratação maciça de eólicas e solares nos últimos anos, reforçando a transmissão do Nordeste para o Sudeste. “O país ainda terá de fazer isso”, diz.
5 nov. 2021
Os dados da Marinha para o rio Paraguai, indicativo da dinâmica das águas no Pantanal, mostram uma recuperação muito pequena apesar das chuvas dos últimos dias. A esperança é que este quadro mude nos próximos meses.
4 nov. 2021
Produto Interno Bruto perde 8,2 bilhões com a falta de água.
Publicação do site Metropoles: “O aumento no preço da energia elétrica resultará em uma queda de R$ 8,2 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, neste ano, em comparação com o que ocorreria sem a crise hídrica. Para 2022, a previsão é de perda de R$ 14,2 bilhões. A informação é apontada pelo estudo “Impacto econômico do aumento no preço da energia elétrica”, da Confederação Nacional da Indústria (CNI)”
4 nov. 2021
Crise da água, a economia e a sociedade.
Os reservatórios das hidrelétricas da bacia do rio Paraná estão hoje praticamente nos níveis de 2015, outro momento agudo da crise hídrica brasileira. Este fato impacta fortemente a economia, a começar pelo aumento na conta de energia, o que eleva o (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e a inflação. O Banco Central aumentou os juros para controlar a inflação e uma das causas está na crise hídrica. Aos problemas econômicos acompanham os problemas sociais ao diminuir a capacidade de consumo das famílias já impactadas pela crise econômica e em muitos municípios sofrendo com racionamento de água.
3 nov. 2021
Chuvas abasteceram reservatórios a contento?
O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), o nível dos reservatórios de regiões consideradas a “caixa d’água do setor elétrico brasileiro”, fechou outubro em 18,2%, 1,5 ponto percentual acima do registrado no fim de setembro, informa a Folha de São Paulo.
O alerta deve continuar, pois recuperação dos reservatórios é esperado para esse período de inicio do período chuvoso, mas a grande questão é se essa recuperação, se as chuvas virão em volume suficiente para abastecer os reservatórios na bacia do rio Paraná, onde estão 54 grandes represas, para atravessar o período mais seco de 2022. – desde de 2019 isso não tem ocorrido a contento.
A afluência em Ilha Solteira, a primeira das represas do rio Paraná, não se alterou nos últimos 3 dias. O reservatório segue com 0% de volume útil. Também Itaipu, a última represa no rio Paraná em território brasileiro não teve sua afluência alterada significativamente. Itaipu verteu água sem gerar energia no dia 23 de outubro devido a uma tempestade na região Oeste do Paraná, a qual provocou o desligamento de linhas de transmissão de 750 quilovolts que conectam a usina ao Sistema Interligado Nacional (SIN)– foram 466 metros cúbicos/segundo sem geração.
Já o reservatório de Manso, a maior represa da bacia do rio Paraguai, teve um aumento significativo da afluência a partir de 13/10, com pico de 166 m3/segundo no dia 15/10, mas nos últimos dias a chegada de água foi reduzida para 47,5 m3/segundo.
3 nov. 2021
Um outro tipo de crise da água: a contaminação mortal por chumbo nos Estados Unidos.
Autoridades emitiram declaração de emergência para pedir aos moradores de Benton Harbor, cidade a poucas horas de Chicago, nos Estados Unidos, que não consumam água da torneira, seja para cozinhar, lavar alimentos ou escovar os dentes.
Segundo dados divulgados, em 2018, a contaminação das águas com chumbo era de 22 ppb (partes por bilhão), enquanto que, entre janeiro e junho de 2021, subiu para 24 ppb. O limite considerado saudável nos EUA é de 15 ppb, mas o nível de contaminação deveria ser zero. Em várias casas foram encontrados registros variando de 400 a 889 ppb!
1 nov. 2021
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