A Ecoa cumpre com a necessidade de proteção das pessoas frente a COVID-19 desde o dia 16 de março, encerrando suas atividades no escritório, cancelando viagens e passando a trabalhar, quando possível, virtualmente.
Os contatos com as centenas de famílias no Pantanal, com quem a organização trabalha, seguem pelos meios disponíveis, inclusive na perspectiva de informá-las o mais corretamente possível sobre a pandemia COVID-19 e medidas preventivas.
Também continuamos em contato com empresários e órgãos públicos. Isto posto, decidimos enviar uma carta a autoridades e vir a público informar que os efeitos da crise sobre as famílias ribeirinhas, funcionários de hotéis, pousadas, piloteiros, coletores de iscas, entre outros, no Pantanal já são sentidos de maneira dramática, ameaçando sua sobrevivência.
A razão principal está no fato de que o turismo de pesca é o principal meio de sobrevivência e a atividade está paralisada. Vale lembrar que somente a partir de 01 de março, efetivamente, após o período de defeso, a pesca foi retomada.
Agrava a situação o fato de que muitos pescadores que têm direito ao seguro para o período ainda não o receberam. Os empresários de turismo informam que hotéis e pousadas caminham todos para encerrar atividades nos próximos dias. Corumbá, cidade do Mato Grosso do Sul na fronteira com a Bolívia, com população estimada de cerca de 111 mil pessoas, tem como base principal de sua economia o turismo de pesca, estimando-se que mais de 15 mil pessoas dependam direta e indiretamente da atividade.
Diante deste quadro a Ecoa entende que se faz necessário um acompanhamento de imediato dos grupos mais vulneráveis que dependem do turismo, garantindo-lhes os meios de sobrevivência básica até que se tenha uma solução para a crise.
É fundamental que o seguro dos pescadores seja integralmente pago agora. Iniciativas assistenciais como a dos Povos das Águas de Corumbá devem ser fortalecidas já, e sua replicação em outros municípios se faz necessário.
Foto de Capa: Virginia Chiara
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