Via Embrapa Pantanal
Por Raquel Brunelli
A sensação de missão cumprida estava estampada no rosto dos participantes da “Cerimônia de Encerramento do Curso de Capacitação em Apicultura para Marinheiros Recrutas do Projeto Soldado Cidadão”, realizada no dia 11 de julho, no Clube Camala, localizado no 6º Distrito Naval/ Ladário – MS. A atividade é resultado de uma parceria da Embrapa Pantanal com a Marinha do Brasil/Comando do 6º Distrito Naval (Com6°DN), que uniram esforços para realizar este que foi o único Projeto Soldado Cidadão realizado até nesse período em 2017 pela Marinha do Brasil em todo o país. O evento contou com a presença de mais de 60 formandos militares e seus familiares.
Segundo o Comandante do 6º Distrito Naval, Contra-Almirante Luiz Octavio Barros Coutinho, o Projeto Soldado Cidadão tem como missão capacitar profissionalmente os recrutas que prestam o serviço militar obrigatório. É uma complementação da formação, visando uma profissão futura após o término dos serviços prestados junto as forças armadas.
Além dos Marinheiros, quatro dos militares que concluíram o curso são soldados Fuzileiros Navais da Marinha, que estão na ativa e que devem vir a trabalhar com apicultura na área de treinamento do Rabicho, além de disseminar os conhecimentos adquiridos de manejo com abelhas africanizadas, noções de primeiros socorros e de como evitar acidentes, junto aos colegas militares.
O Comandante do 6º Distrito Naval, explicou, ainda, que “quem serve nesta região sabe que recorrentemente temos contato com abelhas africanizadas. O conhecimento de como prevenir acidentes, ou até mesmo de proceder em caso de ataques é enriquecedor para nós militares, permitindo que possamos realizar nossas atividades com mais segurança”, concluiu.
O Coordenador do curso e pesquisador da Embrapa Pantanal, Vanderlei Doniseti Acassio dos Reis, explicou que a Apicultura possui relativamente poucos integrantes em atividade no Pantanal. “Ampliar esta massa de pessoas capacitadas na atividade é muito importante e vários dos jovens que se formaram hoje podem aproveitar este potencial e se inserirem na cadeia produtiva da apicultura. É mais uma opção de renda e profissão assim que concluírem o serviço militar obrigatório”, explicou o pesquisador.
Segundo o Chefe Geral da Embrapa Pantanal, Jorge Ferreira de Lara, toda iniciativa que una esforços para o bem comum da região do Pantanal e pessoas que vivem nela devem ser encaradas como ações importantes: “a parceria com a Marinha do Brasil já vem ocorrendo há algum tempo e com muito sucesso. Neste caso especifico, do curso de Apicultura, nós da Embrapa ficamos muito contentes em poder contribuir com a formação de uma turma do Projeto Soldado Cidadão, por meio da disseminação das tecnologias e conhecimentos desenvolvidos na nossa Unidade”, explicou Jorge.
Aulas teóricas e práticas
Curso contou com a carga horária de 160 horas/aula. O Pesquisador Vanderlei explicou que durante a formação os alunos receberam conteúdos teóricos, ministrados durante uma semana e, depois, três semanas de aulas práticas, em campo.
Entre os temas estudados pelos Marinheiros estão: medidas de segurança no trabalho e preservação do meio ambiente, utilização dos equipamentos de proteção Individual (EPI), histórico da apicultura, biologia das abelhas, custos para implantação de um apiário, controle e prevenção de pragas, doenças e predadores de abelhas, alimentação de enxames, noções sobre higienização, limpeza, entre diversos outros. As Atividades foram desenvolvidas no Campo Experimental da Embrapa Pantanal “Fazenda Nhumirim”, no Pantanal da Nhecolândia, e na Fazenda Band´Alta, no entorno das áreas urbanas de Corumbá e Ladário, onde a Embrapa Pantanal mantém um apiário experimental em parceria com o Colégio Salesiano de Santa Teresa.
Para o Marinheiro, Jediael Kaio da Silva Nicolau, o curso foi muito edificante, com vários conhecimentos adquiridos. “Eu não conhecia todas as possibilidades de produtos que podem ser obtidos com a Apicultura. Fiquei surpreendido também com a organização das abelhas e a importância que os apicultores têm em relação a utilização dos EPIs”, contou o formando.
O também recruta, Leonardo Vinicius da Silva Gonçalves, concorda com o colega de curso e complementa: “por não conhecer antes nada sobre abelhas, não sabia que existia esta possibilidade de profissão. Um campo muito interessante, repleto de curiosidades e detalhes e oportunidade para jovens como nós”, concluiu.