O trabalho de prevenção e combate aos incêndios na região pantaneira é realizado com o apoio de informações obtidas por satélites. Com o uso de três dessas ferramentas geoespaciais, utilizadas de maneira integrada, a coordenadora e especialista em Monitoramento Ambiental da Ecoa, Fernanda Cano, consegue interpretar os dados e apontar caminhos mais eficientes para a atuação dos brigadistas.
O primeiro passo é localizar focos de calor, que aparecem com clareza na ferramenta FIRMS (Fire Information for Resource Management System) da Nasa. Por meio dela, é possível visualizar pontos com temperaturas elevadas pelo mundo, que são gerados duas vezes por dia.
A complementação dessas informações é feita com o uso do BDQueimadas, desenvolvido pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Especiais) e fruto de uma cooperação entre o governo brasileiro e o do Reino Unido. Cruzando as informações, é possível confirmar se os pontos vermelhos no mapa são, de fato, causados pelo fogo e separar os registros por bioma, o que facilita o monitoramento das queimadas no Pantanal.
Mais do que avaliar os incidentes em curso, é preciso considerar os rumos que eles podem tomar para direcionar os combates, e isso é feito através da plataforma Windy. Os radares meteorológicos do site conseguem informar a direção e a velocidade do vento, previsões de chuva e umidade do solo; os dados permitem inferir, por exemplo, se o fogo será levado para uma região onde pode se alastrar ou ser contido.
Atualmente, Fernanda tem se atentado para a fronteira de Mato Grosso do Sul com a Bolívia, que apresenta um cenário de seca extrema. A combinação deste fator com o nível baixo do Rio Paraguai, altas temperaturas e as queimas de invernadas em algumas propriedades rurais vizinhas pode dar início a um novo foco na região.