Via Revista Galileu
Uma pesquisa feita pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) evidencia que árvores e arbustos podem agir como uma grande “esponja”, retendo quantidade significativa de água da chuva. Na semana em que Petrópolis, na região serrana do estado, sofre com os efeitos de uma catástrofe ambiental, o estudo aponta caminhos para minimizar os desastres causados por essas pancadas d’água.
O trabalho foi feito a partir de quatro possíveis cenários de reflorestamento combinados com a possibilidade de chuvas em cada região do Rio de Janeiro. O intuito é achar o melhor custo-benefício, a fim de agilizar o processo. Segundo a pesquisa, a medida de melhor custo-benefício é reflorestar áreas de prioridade média e alta, equivalente a 30% da área do estado, o que reteria cerca de 100 milhões de metros cúbicos de água.
Para chegar aos quatro possíveis cenários, um time de pesquisadores da UFRJ utilizou os critérios de degradação de áreas ambientais e passíveis de reflorestamento do Instituto Estadual do Ambiente para detectar as áreas que eram possíveis se de reflorestar. Para visualização do projeto, utilizaram um programa específico para modelagem, o InVEST.
“Nós calculamos cada percentual de reflorestamento de áreas conforme as prioridades, de 10% a 40%, conforme diferentes estratégias de recuperação da vegetação. Também avaliamos o custo de cada uma das propostas”, enfatiza a pesquisadora Stella Manes da Silva Moreira, em nota.
Além de detectarem as regiões que poderiam receber mais rapidamente uma vegetação, o projeto também levantou benefícios financeiros do reflorestamento, os quais poderiam contribuir para a recuperação desses sistemas e das consequências que as fortes chuvas causam.
Segundo o estudo, se uma chuva dez vezes maior do que a média atingir o estado, o risco de enchentes e deslizamentos pode se elevar em até 70 vezes. Além disso, também foi possível observar que, se a vegetação for retirada de determinados locais, o estado enfrentará um aumento exponencial das catástrofes causadas pela queda d’água.