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Estudo mostra que pelo menos 12 grandes rios brasileiros estão secando

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Seca no rio Miranda, em Mato Grosso do Sul. Foto: Fernanda Cano - Arquivo da Ecoa

Via ClimaInfo

Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (LAPIS) detectou redução na vazão de rios, lagos e reservatórios no Centro Oeste, Sudeste e Amazônia.

Dados do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (CEMADEN) mostram que o Brasil está vivendo a pior seca de sua história recente, numa extensão territorial inédita. Mais de um terço do território nacional – uma área de mais de 3 milhões de km², equivalente ao tamanho da Índia – enfrenta a estiagem em seu pior grau. E isso se reflete também nas bacias hidrográficas brasileiras.

Um levantamento do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (LAPIS), da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), mostra que os maiores rios do país estão secando, destacam O Globo e Terra. O estudo detectou redução na vazão de rios, lagos e reservatórios das regiões Centro Oeste, Sudeste e da Amazônia.

Pelo menos 12 grandes rios já são afetados, segundo o LAPIS. Na lista de maior redução no volume de águas estão os rios Manso, Paranaíba e Jequitinhonha, em Minas Gerais; Tocantins, entre os estados de Tocantins e Maranhão; e Paraná, no trecho entre São Paulo e Mato Grosso do Sul.

Na Amazônia, o levantamento registra as reduções mais significativas nos rios Mamiá, em Coari, Tefé e Badajós, que cortam o estado do Amazonas. O Tefé possui cerca de 350 km de extensão, formando o lago de Tefé antes de desembocar no rio Solimões. O Badajós é afluente da margem esquerda do Solimões.

O estudo ainda mostra que pelo menos nove hidrelétricas podem ser afetadas por essa redução do volume de águas. Casos da UHE Irapé, no rio Jequitinhonha; UHE São Simão, no Paranaíba; UHE Porto Primavera, no rio Paraná; e UHE Estreito, no rio Tocantins.

Mas a situação mais grave é a do rio São Francisco, que já teve sua vazão reduzida em 60% nos últimos 30 anos. Além de abastecer centenas de municípios, as águas do “Velho Chico” são usadas para gerar eletricidade por cinco hidrelétricas: Sobradinho, Apolônio Sales, Paulo Afonso, Luiz Gonzaga e Xingó.

A baixa vazão dos rios brasileiros é também uma questão internacional, pois prejudica países vizinhos. É caso do lago natural Baía Grande, que faz parte da bacia Amazônica e é dividido entre Brasil e Bolívia, onde é chamado de Laguna Marfil. O lago tem uma superfície de cerca de 100 km2, das quais 52% pertencem à Bolívia e 48% ao Brasil.

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