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Estudo publicado na revista Nature relaciona secas severas a isolamento de comunidades amazônicas

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Secas na Amazônia dificultam a locomoção e o transporte de bens (Imagem: Edmar Barros/Agência Pública)

Autores da pesquisa:

Um artigo científico publicado pela revista Nature no último dia 12 traz uma análise dos impactos que secas na região amazônica registradas entre os anos 2000 e 2020 sobre os níveis dos rios e, consequentemente, as populações ribeirinhas.

Intitulado Severe droughts reduce river navigability and isolate communities in the Brazilian Amazon (Secas severas reduzem navegabilidade de rios e isolam comunidades na Amazônia brasileira, em inglês), o texto se encontra na edição 5 da publicação Communications Earth & Environment e foi desenvolvido por pesquisadores brasileiros que atuam principalmente na Universidade Federal de Minas Gerais.

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O trabalho foca nos períodos de estiagem que vêm afetando a região – e tendem a piorar com as mudanças climáticas –, ao mesmo tempo que analisa como suas consequências foram trabalhadas por veículos de notícia digitais.

Constatou-se que nas secas de 2005, 2010 e 2016, consideradas as mais agudas, a população conviveu com mais de um mês de níveis muito baixos de água além daquilo que já era esperado de acordo com as médias históricas; por conta disso, o acesso a bens e serviços essenciais, como alimentos, combustível, medicamentos, saúde e educação, ficou limitado.

População afetada

Segundo os autores, a Bacia do Rio Amazonas cobre uma área total de cerca de 7 milhões de km²; a porção brasileira dessa região abriga 3.259 assentamentos rurais remotos, 251 cidades (incluindo cinco capitais) e 2.521 aldeias indígenas, o que ajuda a entender a proporção do problema.

Além do completo isolamento de algumas comunidades, que pode durar de semanas a meses, as secas reduzem as fontes de proteína dessas famílias, em razão da redução da qualidade da água, e dificultam a geração de renda por meio da pesca.

Repercussão na imprensa

Foram identificados 70 notícias produzidas sobre o assunto no período de 20 anos analisado. Entre as 142 declarações sobre os efeitos da seca, destacam-se queixas relacionadas a atividades econômicas – transporte de pessoas e de carga, em especial –, erosão ao longo das margens dos rios e aumento no número de incêndios.

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As restrições logísticas para locomoção na região causaram aumento de preços no comércio de grãos e no fornecimento de mandioca, nozes, frutas e peixes realizado por áreas rurais remotas. Houve ainda registros de comunidades que não estão conectadas à rede elétrica e que ficaram sem energia pelo fato de dependerem de combustíveis fósseis para abastecer seus geradores.

A falta de acesso a água potável também é relatada nas matérias, principalmente por famílias que utilizam bombas para puxar água de poços. Consequentemente, houve um surto de rotavírus em 2005 e aumento de internações hospitalares no estado do Acre, seja por doenças transmitidas por água contaminada ou problemas respiratórios decorrentes da poluição do ar que as queimadas geraram.

A conclusão dos cientistas é que países amazônicos devem desenvolver estratégias de longo prazo para mitigação, adaptação e resposta a desastres.

O artigo completo pode ser acessado clicando aqui.

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