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Paisagem Modelo Pantanal é espaço de estudos e ciência

6 minutos de leitura

A Paisagem Modelo tem em sua essência a pesquisa e o incentivo à ciência. Recentemente, três estudos auxiliam a aprimorar as ações dentro do território para assim atender as demandas socioambientais da região.

  • Fluxo de informações e tomada de decisões relacionados aos riscos ambientais;
  • Cadeia da Bocaiúva no Pantanal;
  • Negócios de impacto no Pantanal.

Fluxo de informações

Jéssica Schlosser é mestranda em Manejo e Conservação de Florestas Tropicais e Biodiversidade no Centro Agronômico Tropical de Pesquisa e Ensino (CATIE), na Costa Rica. A pesquisa que ela desenvolve está relacionada com a governança e tem a Paisagem Modelo Pantanal como objeto de estudo.  

“É com a intenção de entender quais são os riscos ambientais que pra eles são importantes, a gente quer ter a visão dos assentamentos, da comunidade e de quem mora na Paisagem”.

A proposta é identificar como funciona o fluxo de informações dentro e fora do território, quais são as falhas e possibilitar a sugestão de caminhos para a melhora.

A pesquisa é orientada por Fábio de Oliveira Roque da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e Róger Villalobos do Centro Agronómico Tropical de Investigación y Enseñanza (CATIE) da Costa Rica.

Cadeia da Bocaiúva no Pantanal

Lilian Di Tommaso Almeida Reis é mestranda em Conservação da Biodiversidade e Sustentabilidade na Escas (Escola Superior da Conservação Ambiental) do IPÊ (Institutos de Pesquisas Ecológicas).

Sua proposta é estudar a cadeia da Bocaiúva no Pantanal, com ênfase na rede de mulheres para entender como ela funciona, quais são as oportunidades e desafios para o desenvolvimento de uma cadeia de valor sustentável.

“Entender como tá a situação, quem são os atores envolvidos de forma direta ou indireta, como essas relações se deram”, detalha Lilian.

As etapas são entrevistas para medição de desempenho, análise dos dados para sua compreensão e apontamento de oportunidades e desafios para elaboração de plano de ação junto a comunidade para o desenvolvimento da cadeira de valor.

A pesquisadora explicou que a Bocaiúva é uma espécie interessante para ser usada na restauração ecológica e destacou algumas de suas características. “A Bocaiúva está sendo estudada como uma planta que capta muito carbono, é uma planta rústica, que não precisa de muita água e também produz muito óleo.”

O estudo foi feito nos Assentamentos Rurais Maria Coelho e São Gabriel e segue uma metodologia da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) para desenvolvimento de cadeias de valor alimentares sustentáveis.

A pesquisa é orientada por André Nunes, Karin Rettl e Octávio Nogueira.

Negócios de impacto no Pantanal

Heitor Liebana Verjas e Grasiela Edith de Oliveira Porfirio Petry realizaram um estudo intitulado Modelos de negócios socioambientais de impacto no Pantanal: do design às estratégias para divulgação de atividades econômicas sustentáveis.

Segundo Heitor, o interesse surgiu após verificarem  que não há registros sobre negócios de impacto no Pantanal em sites que realizam essa verificação.

A proposta foi criar, através da metodologia modelo C, uma tabela de teoria da mudança com fluxo de negócios com atividades de restauração no território da Paisagem.

“Uma das ideias dessa pesquisa, nós utilizamos 2 projetos que é um empreendimento com fins lucrativos e o outro é a Paisagem Modelo que é um projeto que não tem fins lucrativos”, explica Heitor.

Os pesquisadores identificaram que a metodologia pode ser usada tanto no segundo, quanto no terceiro setor para desenvolver projetos.

“Os lucros que o projeto pode trazer são vistos de outras formas, como resultados ou impactos positivos gerados pelas atividades em campo, como mudança de pensamento, de comportamento, transformação da realidade local, com o desenvolvimento de atividades econômicas e sustentáveis, pessoas tendo novas perspectivas de uso da terra”, completa.

A pesquisa foi desenvolvida durante a pós-graduação em Gestão de projetos socioambientais e negócios sustentáveis do IPÊ (Institutos de Pesquisas Ecológicas) e Escas (Escola Superior da Conservação Ambiental e Sustentabilidade). O trabalho foi orientado por Andrea Peçanha Travassos.

A Paisagem Modelo Pantanal também já foi local de outros estudos. Confira aqui.

Talita Oliveira

Jornalista do Núcleo de Comunicação da Ecoa.

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