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Expansão da matriz elétrica brasileira em 2024 supera 10 GW, 90% deles eólicos e solares

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Placas solares em casas de condomínio popular, em Juazeiro, Bahia. Foto via EcoDebate
Placas solares em casas de condomínio popular, em Juazeiro, Bahia. Foto via EcoDebate

Via ClimaInfo

Crescimento da matriz elétrica supera meta anual de 10.106 megawatts de potência em novembro e se aproxima do recorde histórico de expansão registrado em 2023.

A expansão da matriz elétrica brasileira fechou novembro com 10.303 megawatts (MW) no acumulado de 2024, sendo 90% da potência instalada oriunda das fontes solar fotovoltaica (51%) e eólica (39%), segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Dos 281 empreendimentos inaugurados neste ano, 136 são usinas solares fotovoltaicas, somando 5.272 MW, e 114 são usinas eólicas, que adicionaram 4.013 MW à matriz.

Segundo a ANEEL, o número já supera a meta anual de 10.106 MW de potência fiscalizada e está muito próximo do crescimento anual recorde de 10.324 MW registrado em 2023, informam Agência Eixos, Brasil 247 e Economia em Pauta. Com a expansão, o país atingiu 207.761 MW de potência fiscalizada em 2 de dezembro, com 85% de participação de usinas renováveis na capacidade instalada.

No mês passado o Brasil superou os 50 gigawatts (GW) de capacidade instalada solar, de acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR). Isso coloca o país em 6º lugar no ranking global, atrás apenas de China, EUA, Alemanha, Índia e Japão, destaca o Olhar Digital.

Além das plantas solares e eólicas, entraram em operação até novembro 21 termelétricas (962 MW), oito pequenas centrais hidrelétricas (49,8 MW) e duas centrais geradoras hidrelétricas (4,6 MW). As usinas que deram a partida em 2024 estão instaladas em 17 estados nas cinco regiões do país.

Enquanto as renováveis vão crescendo em ritmo acelerado, deputados e senadores insistem em manter benesses para termelétricas a carvão e gás fóssil no projeto de lei que regulamenta as eólicas offshore. A votação do PL 576/2021 está prevista no plenário do Senado na sessão de 4ª feira (11/12), antes mesmo da sua aprovação pela Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) da casa, destaca o Megawhat.

O texto chegou a ser pautado na CI do Senado na semana passada, mas teve a apreciação postergada. Tudo por conta dos “jabutis” [matérias estranhas ao tema do projeto] inseridos por deputados na Câmara e mantidos em sua maioria pelo relator, o senador Weverton Rocha (PDT-MA).

A Frente Nacional dos Consumidores de Energia divulgou uma carta aberta ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, pedindo empenho da pasta para retirar os “jabutis” que beneficiam usinas a carvão e a gás do texto das eólicas offshore, informa o Estadão. Do jeito que está, o PL pode encarecer as contas de luz em 7,5%, calcula a entidade. Sem falar no aumento das emissões de gases de efeito estufa pelo setor elétrico brasileiro. Em suma, uma energia suja e cara.

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