Via ClimaInfo
Crescimento da matriz elétrica supera meta anual de 10.106 megawatts de potência em novembro e se aproxima do recorde histórico de expansão registrado em 2023.
A expansão da matriz elétrica brasileira fechou novembro com 10.303 megawatts (MW) no acumulado de 2024, sendo 90% da potência instalada oriunda das fontes solar fotovoltaica (51%) e eólica (39%), segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Dos 281 empreendimentos inaugurados neste ano, 136 são usinas solares fotovoltaicas, somando 5.272 MW, e 114 são usinas eólicas, que adicionaram 4.013 MW à matriz.
Segundo a ANEEL, o número já supera a meta anual de 10.106 MW de potência fiscalizada e está muito próximo do crescimento anual recorde de 10.324 MW registrado em 2023, informam Agência Eixos, Brasil 247 e Economia em Pauta. Com a expansão, o país atingiu 207.761 MW de potência fiscalizada em 2 de dezembro, com 85% de participação de usinas renováveis na capacidade instalada.
No mês passado o Brasil superou os 50 gigawatts (GW) de capacidade instalada solar, de acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR). Isso coloca o país em 6º lugar no ranking global, atrás apenas de China, EUA, Alemanha, Índia e Japão, destaca o Olhar Digital.
Além das plantas solares e eólicas, entraram em operação até novembro 21 termelétricas (962 MW), oito pequenas centrais hidrelétricas (49,8 MW) e duas centrais geradoras hidrelétricas (4,6 MW). As usinas que deram a partida em 2024 estão instaladas em 17 estados nas cinco regiões do país.
Enquanto as renováveis vão crescendo em ritmo acelerado, deputados e senadores insistem em manter benesses para termelétricas a carvão e gás fóssil no projeto de lei que regulamenta as eólicas offshore. A votação do PL 576/2021 está prevista no plenário do Senado na sessão de 4ª feira (11/12), antes mesmo da sua aprovação pela Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) da casa, destaca o Megawhat.
O texto chegou a ser pautado na CI do Senado na semana passada, mas teve a apreciação postergada. Tudo por conta dos “jabutis” [matérias estranhas ao tema do projeto] inseridos por deputados na Câmara e mantidos em sua maioria pelo relator, o senador Weverton Rocha (PDT-MA).
A Frente Nacional dos Consumidores de Energia divulgou uma carta aberta ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, pedindo empenho da pasta para retirar os “jabutis” que beneficiam usinas a carvão e a gás do texto das eólicas offshore, informa o Estadão. Do jeito que está, o PL pode encarecer as contas de luz em 7,5%, calcula a entidade. Sem falar no aumento das emissões de gases de efeito estufa pelo setor elétrico brasileiro. Em suma, uma energia suja e cara.