Desde 2007, o Plano Nacional de Logística e Transportes (PNLT) do Governo Federal tem priorizado a criação de hidrovias com investimentos da ordem de milhões de reais em portos, navegação, dragagem e derrocagem nos rios Paraguai e Paraná com a finalidade principal de escoar commodities para exportação.
A expansão da soja é o gatilho da vez que o setor privado usa para pressionar a construção da Hidrovia Paraguai-Paraná. Projeções da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) apontam que até 2030 o volume de produtos de exportação e importação que devem passar pela HPP é de 75.976.830 de toneladas.
O plano não tem levado em conta, no entanto, os impactos causados ao meio ambiente e as comunidades do entorno, e pode levar a um processo de ocupação de territórios desastroso, segundo o coordenador do Programa Governança Florestal do Instituto Centro Vida, João Andrade. “De repente você tem um grande vetor no setor de infraestrutura que vem seguido de um boom na região, mas que acaba seguido de um colapso e uma exploração intensa de recursos naturais sem levar ao desenvolvimento”, explica.