Os fluidos usados no fraturamento hidráulico (fracking) em poços de petróleo da Califórnia contêm dezenas de produtos químicos ligados ao câncer, a desarranjos hormonais e danos ao sistema reprodutivo. Esta é a conclusão de um novo relatório do Grupo de Trabalho Ambiental (EWG para a sigla em inglês).
A conclusão aponta a necessidade de que os governos estaduais exijam das empresas de perfuração a divulgação dos produtos químicos que estão utilizando. Outra conclusão do grupo é sobre a urgência na implantação de um processo de supervisão independente na Califórnia e em outros lugares.
Na análise “Fluidos Tóxicos do Fracking na Califórnia: A receita química” o EWG mostra o uso de 200 substâncias químicas por empresas de perfuração em cerca de 700 poços em toda a Califórnia. Estes produtos químicos têm o potencial de contaminar a água potável, o ar e o solo.
“O fracking é inerentemente problemático por causa dos produtos químicos utilizados”, disse Tasha Stoiber, cientista sênior da EWG e co-autor do relatório.
O fluido usado no fracking é uma mistura de água, produtos químicos e areia e que é bombeado em formações rochosas subterrâneas de xisto para quebrá-las e liberar petróleo e gás natural.
Dos produtos químicos adicionados ao fluido do fracking na Califórnia, 15 são listadas sob como causadoras reconhecidas de câncer ou dano na reprodução; 12 são listadas sob o Clean Air Act como poluentes atmosféricos perigosos causadores de câncer ou outros problemas e 93 estão associados com danos à vida aquática.
Em março o EWG divulgou o relatório Toxic Stew para chamar a atenção para as águas residuais contaminadas do fracking da Califórnia.
A análise divulgada agora dá uma idéia mais completa do processo, revelando o que é bombeado para nos poços, a origem provável de alguns contaminantes nas águas residuais e a variedade de produtos químicos perigosos utilizados, armazenados ou transportados em locais fracking.
No relatório o EWG faz uma série de recomendações para o Estado tendo por base a necessidade de transparência e a divulgação agressiva de informações.
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Fonte: Originalmente publicado em EcoWatch