Por Alcides Faria
Via Public Health Yale
Numerosos produtos químicos utilizados na fratura hidráulica (fracking) e que são reconhecidamente causadores de canceres têm potencial para contaminar o ar e a água, é o que confirmaram pesquisadores da Yale School of Public Health dos Estados Unidos. O fracking é praticado em 30 estados dos Estados Unidos, com milhões de pessoas vivendo no entorno de onde a atividade é desenvolvida uma distância de até 1,6 km.
O estudo da Yale indica que a presença de carcinógenos envolvidos ou liberados por operações de fraturamento hidráulico têm potencial para aumentar o risco de leucemia infantil. “Como as crianças são uma população particularmente vulnerável, os esforços de pesquisa devem primeiro ser direcionados para investigar se a exposição à fraturamento hidráulico está associada a um risco aumentado”, disse a professora assistente e autora principal do estudo, Nicole Deziel, Ph.D, A leucemia infantil particularmente preocupa devido à gravidade e o curto período de latência da doença. O estudo foi publicado na revista Science of the Total Environment.
A equipe examinou uma extensa lista de mais de 1.000 produtos químicos que podem ser liberados para o ar ou a água como resultado do fracking. “Estudos anteriores examinaram a carcinogenicidade de listas mais seletivas de produtos químicos”, disse Deziel. Ela afirmou que a análise representa a revisão mais abrangente da carcinogenicidade de produtos químicos relacionados à fraturamento hidráulico na literatura.
De acordo com os resultados a maioria dos produtos químicos (80 por cento) não dispunha de dados suficientes sobre o potencial cancerígeno, mostrando uma importante lacuna de conhecimento. Dos 119 compostos com dados suficientes, 44 por cento dos poluentes da água e 60 por cento dos poluentes do ar foram confirmados como possíveis carcinógenos. Como alguns deles podem ser liberados para o ar e para a água, o estudo encontrou um total de 55 compostos únicos com potencial carcinogênico. Além disso, 20 produtos químicos tinham evidências de aumento do risco de leucemia ou linfoma, especificamente.
Esta análise cria uma lista de prioridade de carcinógenos para alvo de futuros estudos de exposição e saúde.
O fracking está também em desenvolvimento no Brasil, em seus estágios iniciais de pesquisa, sendo que a bacia sedimentar do Paraná é a mais visada. Várias câmaras de vereadores já proibiram a atividade nos territórios dos municípios. O processo a perfuração e a injeção sob alta pressão de água, areia e produtos químicos para fraturar rochas e liberar gás e óleo.
Os problemas causados são imensos. Além da contaminação do ar da água com
produtos químicos cancerígenos, a atividade gera uma grande quantidade de rejeitos que terminam sendo depositados inapropriadamente.
Outro fato aterrorizante com relação ao fracking é que ele comprovadamente contribui para a ocorrência de terremotos.
Veja também: Água do aquífero no Wyoming, USA, contaminada devido a o fraturamento hidráulico.