As freteiras do Pantanal precisam de apoio público para pequenos ancoradouros e mesmo de pequenas dragagens em tempos de seca para garantir seu trabalho.
As freteiras são embarcações que garantem a comunicação entre diversas localidades ao longo do rio Paraguai e parte do São Lourenço. São de porte médio, de fundo chato que transportam pessoas e mercadorias diversas como alimentos, combustível, ração para animais, sal para gado, material de construção. Também é o meio de transporte para o gado e para pessoas das mais remotas regiões do Pantanal.
Formam comboios que podem transportar entre 25 e 80 toneladas. Normalmente o transporta entre 12 e 40 pessoas e até 200 cabeças de gado. Parte das cargas vão nos chamados “porões”. Por tudo isso têm relevância social e econômica e são de extrema importância para o dia a dia das comunidades ribeirinhas. É por meio das freteiras que ribeirinhos se deslocam no Pantanal e recebem mercadorias. As embarcações também possuem papel de destaque na economia local pelo serviço que prestam aos pecuaristas e por criarem oportunidades de trabalho.
A Ecoa utiliza com frequência freteiras para o envio de mercadorias para comunidades. Foi graças a elas que foi possível instalar 3 usinas solares, construir casas adaptadas na Barra do rio São Lourenço e levar os materiais para a construção da base da Ecoa no Porto Amolar. São essenciais, inclusive, para transportar equipamentos e combustíveis para as ações de combate a incêndios.
Apesar de sua grande importância, não há suporte para que o trabalho das freteiras ocorra com mais eficiência. Os proprietários relatam que falta de apoio de órgãos públicos na construção de simples ancoradouros para carga e descarga. Em tempos dos rios com níveis muito baixos carece de pequenas dragagens para que comunidades e fazendas sejam acessadas e que se garanta a segurança da navegação.