Via Revista USP
O uso da energia solar para geração de energia vem crescendo no Brasil como forma de lidar com questões como o aumento das tarifas. O investimento para instalar a estrutura necessária numa casa de quatro pessoas, por exemplo, está em torno de R$ 20 mil, amortizado num período de três a quatro anos, segundo Pedro Luiz Côrtes, professor da Escola de Comunicações e Artes (ECA) e do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP.
O consumidor pode somar os gastos em energia para chegar no valor da parcela mensal do financiamento. O valor da prestação é fixo e independente das variações de preço da energia elétrica ao longo do ano. “Da metade do ano passado para cá, nós tivemos um crescimento da oferta na capacidade de geração [de energia solar] de 46%, segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico, ou seja, um crescimento muito expressivo”, conta o professor.
O sistema de geração solar disponível no Brasil é o On Grid, em que o consumidor instala os painéis solares e permanece ligado à rede de distribuição. Pode haver excedente de energia gerada em determinados períodos do dia, que é injetada na rede pública de distribuição, “então o consumidor doméstico passa a ser um pequeno gerador também, […] e, com isso, ele fica com créditos em termos de quilowatt-hora (kWh)”, explica o professor. Durante a noite, o consumidor utiliza esse excedente, pois o uso de baterias não é autorizado no País.
Consumo zerado
No outono e inverno, a geração de energia se reduz com a diminuição da incidência solar típica dessas épocas, que é compensada com os créditos dos meses de maior geração. “Os sistemas normalmente são projetados para atender à média de consumo ao longo do ano, então, em determinados meses você vai consumir mais energia da rede para compensar aquilo que você não conseguiu gerar com seu sistema próprio e, em outros meses, você vai ficar com créditos”, explica o professor. Ao final de um ano, a ideia é zerar o consumo de energia da rede, com os créditos válidos por cinco anos.