O diretor-presidente da Ecoa, André Siqueira, registrou durante sua última viagem para a comunidade da Barra do São Lourenço, na Serra do Amolar, realizada entre o período de 28 de março a 10 de abril, o início do processo de decoada no rio Paraguai.
A decoada está relacionada ao regime de cheia e seca dos rios da planície pantaneira e tem papel ecologicamente importante, mas resulta em sérios impactos para comunidades ribeirinhas.
De acordo com André, “o processo, que teve início em março, agora se apresenta intensificado devido à falta de chuvas que, de certo modo, ajudam a limpar as águas. Verificamos que o fenômeno já atingiu áreas marginais e baías, resultando na mortandade dos peixes e consequências para comunidades ribeirinhas”.
A decoada é um fenômeno natural caracterizado pelo processo de decomposição de matéria orgânica, em que há consumo de oxigênio e liberação de dióxido de carbono livre, que somado as altas temperaturas, é intensificado.
A falta de saneamento básico para comunidades ribeirinhas submete as famílias ao consumo impróprio, que pode ter como consequência a transmissão de doenças infecciosas. As famílias da comunidade da Barra do São Lourenço precisam se deslocar até o Aterro do Socorro para ter acesso à água potável. Além disso, o fenômeno tem impactos nas atividades de subsistência provenientes das águas. Enquanto ocorre este processo natural, os pescadores pantaneiros tendem a paralisar as atividades.