Há 23 anos, a Ecoa, em parceria com o Prevfogo (Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais), Ibama, SOS Pantanal e WWF e Fundo Casa Socioambiental, vem equipando e capacitando comunidades indígenas e ribeirinhas para atuar como primeira resposta aos focos de incêndio. O assunto foi tema de uma reportagem publicada ontem (27) pelo Jornal O Globo, que destaca a importância dos “Guardiões do Pantanal” na preservação do bioma.
A demanda pelo trabalho desses voluntários vem crescendo, principalmente depois do trágico ano de 2020, quando se fazia necessário o enfrentamento às chamas em sua origem. Para auxiliar nesse objetivo, os brigadistas contam com abafadores, assopradores, bombas, mangueiras, enxadas e EPIs (Equipamentos de Proteção Individual). O conhecimento adquirido por eles serve também para educar produtores rurais da região sobre como realizar limpezas adequadas de pastagem.
A rede de contatos estabelecida com as brigadas é outra ferramenta importantíssima. Grupos como a Associação de Mulheres da APA (Área de Proteção Ambiental) Baía Negra sabem identificar tanto a posição dos focos quanto a extensão dos incêndios, e, caso seja necessário, acionam o Corpo de Bombeiros ou PrevFogo rapidamente.
Brigadas comunitárias voluntárias
A formação de brigadas é um trabalho que a Ecoa iniciou no ano de 2000. O primeiro grupo de brigadistas foi estruturado na Barra do rio São Lourenço, a montante de Corumbá (MS), nos marcos de uma campanha anual denominada “Queimada Mata”. Hoje, o Pantanal possui mais de 50 brigadas, 23 das quais estão sob coordenação de André Siqueira, diretor da Ecoa.
O CASA (Centro de Apoio Socio Ambiental), o Instituto de Conservação de Animais Silvestre (ICAS) e o WWF Brasil apoiaram diretamente a formação e a equipagem das brigadas voluntárias no Pantanal. A SOS Pantanal é outra instituição que tem uma política de formação de brigadas de prevenção e combate ao fogo, atuando em coordenação com a Ecoa. Nesse processo, o suporte do Prevfogo/Ibama através de seu coordenador, Marcio Yule, sempre foi estratégico.