Moradoras da comunidade Barra do São Lourenço compartilham relatos sobre os incêndios. Mobilização e chuva ajudam a conter as chamas

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Foto enviada por Eliane

Incêndios ameaçaram a comunidade tradicional da Barra do São Lourenço, localizada a montante de Corumbá (MS). Em relato, Eliane, moradora e uma das líderes da comunidade, compartilhou ontem a difícil situação enfrentada: “Esses dias nós passamos um aperto bem grande. O fogo chegou na comunidade, deixou a gente bem apreensivo, pegou perto de algumas casas. Mas aí o pessoal combateu e desviou ele.”

Apesar dos esforços, a situação se tornou crítica novamente e fez com que moradores tivessem que sair de suas casas. “De repente virou o tempo e ele voltou de novo. Foi ontem à noite [noite de domingo], o que deixou os meninos até bem tarde tentando combater. O pessoal do [Aterro do] Binega teve que sair. Então está bem ruim mesmo”. Eliane descreveu a atmosfera pesada e sufocante, ressaltando o impacto na saúde da comunidade: “Estava tudo muito confuso, a gente estava com muito medo, estava difícil para respirar, muito, muito difícil, sabe? Aquela sensação horrível de dor, aquela pressão no peito, no pescoço da gente.”

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Felizmente, uma mudança no tempo trouxe alívio temporário: “Agora, graças a Deus, está caindo uma garoa aqui. A gente fica muito feliz quando chove”, afirma Eliane.

“Nós estávamos sitiados de fogo, para frente e para trás. Ontem era para ele estar chegando na beira do Aterro [do Binega], chegou uma chuva e ajudou os brigadistas” diz Joana Batista, uma das lideranças e moradora do Aterro do Binega. Ela também comentou que, aparentemente, os focos estão mais controlados.

Barra do São Lourenço

A comunidade possui a primeira brigada comunitária voluntária formada pela Ecoa em 2001.

Este ano, o governo de Mato Grosso do Sul determinou a instalação de 13 bases avançadas do Corpo de Bombeiros para reduzir o tempo de resposta no combate aos incêndios em áreas de difícil acesso. Uma delas está na Barra do São Lourenço.

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