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Mulheres do Projeto Bocaiuva participam da Feira Povos do Cerrado

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As mulheres da Comunidade Antônio Maria Coelho, no Pantanal, a partir do uso de Bocaiuva realizam a produção de farinha e polpa fresca para picolé. (Foto: Jean Fernandes).

Texto originalmente publicado em 15 de setembro de 2009

Representantes da Comunidade Antônio Maria Coelho e do Assentamento Bandeirantes participaram da 6ª edição da Feira Povos do Cerrado, que ocorreu em Brasília entre os dias 9 e 13 de setembro. O evento contou com a presença de representantes de Assentamentos, pequenos agricultores, quilombolas e indígenas dos estados do Maranhão, Tocantins, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso Mato Grosso do Sul, Bahia e Minas Gerais.

Luzinete e Edeltrudes de Oliveira, da Comunidade Antônio Maria Coelho – Corumbá, e Rosani Sobrinho, do Assentamento Bandeirantes – Miranda,  representaram o Projeto Bocaiuva, do qual também fazem parte as mulheres de pescadores de iscas vivas de Miranda, e levaram amostras da Polpa e Farinha da fruta. O Projeto é desenvolvido em região de transição do Cerrado/Pantanal e tem o apoio do Programa de Pequenos Projetos Ecossociais (PPP Ecos).

As mulheres também levaram para a exposição informações sobre o projeto “Valorização da produção de alimentos no Cerrado e Pantanal”, feita em parceria com a UFMS e o Centro de Produção, Pesquisa e Capacitação do Cerrado (Ceppec), o qual abrange outras comunidades trabalhadas pela Ecoa, como Porto da Manga, e as comunidades da Serra do Amolar (Paraguai Mirim, Barra de São Lourenço e Porto Amolar).

“Para a gente foi muito gratificante. Em nossa primeira feira, vendemos toda a farinha de bocaiuva, trocamos experiências com pessoas de vários locais do país, participamos de oficinas muito interessantes e também tivemos várias novas ideias para serem aplicadas nas próximas feiras que pretendemos participar”, ressalta Luzinete.

Grito do Cerrado

Durante os dias do evento, além da feira, os participantes também integraram uma audiência pública na Câmara dos Deputados e a Passeata “Grito do Cerrado” no dia 11 de setembro (dia do Cerrado) reivindicando que o bioma, 2º maior do país, seja reconhecido na Constituição como Patrimônio Nacional. Até então, apenas três dos seis biomas que integram o Brasil são reconhecidos (Amazônia, Pantanal e Mata Atlântica). Além do Cerrado, ainda estão desamparados legalmente a Caatinga e os Pampas.

O chamado PPCerrado está há 14 anos em discussão. Se aprovado, o bioma deverá ter meios de controle de desmatamento iguais aos da Amazônia, como mecanismos de fiscalização via satélite. Um estudo feito recentemente, demonstrou que o Cerrado sofreu um desmatamento três vezes maior que a Amazônia, para ceder lugar a monoculturas e abastecimento de fornos siderúrgicos.

Foto de Capa: Jean Fernandes

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