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Notícias do Clima

17 minutos de leitura

Por Clima Info

9/11 NÃO É UM REPETECO DE 11/9
Os corredores da COP22 estão assustados. Afinal, Trump disse ao longo de sua campanha que a mudança climática é uma falácia, invenção da China, que é contra o Acordo de Paris, que vai incentivar combustíveis fósseis e até disse duvidar da ciência.
Mas a palavra de ordem nestes corredores é acalmar as águas agitadas pelo resultado das eleições. Diplomatas dizem que Trump não pode impedir a implantação do Acordo de Paris; Segolene Royal, por exemplo, disse que “103 países, representando 70% das emissões globais já ratificaram e ele não pode desfazer o Acordo de Paris”. Gente dos negócios segue a mesma linha. A coalizão de vários milhares de companhias e investidores We Mean Business disse que “ele quer fazer a América grande outra vez… e a ação climática provê as bases para novos postos de trabalho e melhora a competitividade das indústrias do amanhã. A energia eólica e solar já emprega mais de 2,5 milhÕes de trabalhadores nos EUA”.
André Ferreti, do Observatório do Clima, disse à Época que “o mundo vai continuar. Trump não poderá negar os benefícios da economia limpa. E aqui os outros países devem manter seus compromissos”.
E Mariana Panuncio, do WWF, parafraseou Martin Luther King no Climate Home: King disse que o arco da história pende para a justiça; Mariana disse que “o arco das mudanças climáticas pende para as soluções”.
http://www.dailymail.co.uk/wires/afp/article-3919930/Climate-diplomats-push-against-Trump-victory.html
http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/blog-do-planeta/noticia/2016/11/por-que-eleicao-de-trump-ameaca-o-clima-da-terra.html?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=post
http://www.observatoriodoclima.eco.br/trumpocalipse-nao-pode-parar-o-planeta/
http://www.climatechangenews.com/2016/11/09/live-un-climate-talks-reaction-as-trump-wins-us-presidency/?utm_source=RTCC+Subscribers&utm_campaign=a4a10dc3a6-EMAIL_CAMPAIGN_2016_11_07&utm_medium=email&utm_term=0_bf939f9418-a4a10dc3a6-407971093

PARA NOSSOS NEGOCIADORES EXPLICAREM
O Brasil fez bonito no ano passado em Paris, assumindo compromissos desafiadores e erguendo a barra para o resto do mundo acompanhar. Espera-se da COP22, que começou nesta semana, que os países definam os meios para alcançar metas ainda mais desafiadoras, mas necessárias para limitar o estrago do aquecimento global.
Ontem, a Petrobrás mostrou que pensa não ter nada a ver com o problema e abaixou novamente o preço do diesel e da gasolina.
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/11/1830596-petrobras-reduz-novamente-precos-da-gasolina-e-do-diesel.shtml

FIOCRUZ MAPEIA A MUDANÇA DO CLIMA NO MARANHÃO
Foram apresentados ontem os resultados de uma pesquisa da FIOCRUZ, RJ vem fazendo no Maranhão para estimar o impacto das mudanças climáticas no estado. Até 2070, o oeste do estado, fronteira com o Pará poderá ter temperaturas 5°C mais altas e, pior, um terço a menos de chuva. Em alguns municípios, isto pode acontecer até antes, em 25 anos.
https://www.ecodebate.com.br/2016/11/08/estudoineditocoordenadopelafiocruzmapeiamudancadeclimanomaranhao/

O PIOR DA SECA É NÃO TER PLANOS PARA GESTÃO DA ÁGUA
A seca no Nordeste já dura 5 anos. Campina Grande, na Paraíba, e Caruaru, em PE, que juntas tem mais de 650 mil habitantes, já declararam calamidade publica e têm problemas sérios de abastecimento de água. As maiores represas da região estão com menos de 10% da capacidade. O pesquisador João Suassuna, da Fundação Joaquim Nabuco, disse numa entrevista que a situação foi agravada pela má gestão da água devido à superutilização na irrigação e no próprio abastecimento de água.
A água levada por caminhões pipa Nordeste afora é, provavelmente, imprópria para consumo. Assim ele espera um impacto grande na saúde da população com o aumento de casos de “hepatites, esquistossomoses, schistosomose [barriga d’água], isto é, doenças veiculadas pela água”.
http://clima1.cptec.inpe.br/

ENGIE ABANDONA O CARVÃO, MAS NÃO AS GRANDES HIDRELÉTRICAS
O presidente da Engie no Brasil, multinacional de energia francesa, que construiu e opera a Usina de Jirau, dentre outras, declarou que a empresa não vai mais investir em usinas a carvão porque enxerga nas grandes hidrelétricas a “bateria” do país. A mensagem é que para suprir a falta de vento e sol nas novas usinas renováveis, nada melhor que grandes usinas, grandes obras e grandes reservatórios.
http://www.valor.com.br/brasil/4770283/engie-realismo-de-precos-e-prazos-chega-projetos-de-infraestrutura

ÁLCOOL CHINÊS
A Cofco Agro, controlada por capital chinês, já é dona de 4 usinas de açúcar e álcool e processa 15 milhões de toneladas de cana por safra. O plano é investir quase US$ 40 bilhões para ampliar o processamento para 17 milhões.
http://www.valor.com.br/agro/4768523/cofco-agri-planeja-ampliar-usinas-no-brasil

TÉCNICOS DA EMBRAPA BATEM CABEÇA: ALGUNS CRITICAM ESTIMATIVAS DE EMISSÃO FEITAS COM METODOLOGIA PROPOSTA POR OUTROS
A Globo Rural entrevista alguns pesquisadores da Embrapa e diz que a empresa “contestou os dados divulgados na semana passada pelo Observatório do Clima, que atribuem à pecuária de corte 65% das emissões de gases de efeito estufa. Interessante a desinformação da revista. Não percebeu que a metodologia usada nas estimativas foi proposta pela própria Embrapa e que é utilizada nas comunicações nacionais oficiais. A Globo Rural fez mau jornalismo.
http://revistagloborural.globo.com/Noticias/Criacao/Boi/noticia/2016/11/embrapa-contesta-dados-sobre-emissao-de-gases-na-pecuaria.html?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=+post

CIDADES SÃO CAUSA E CONSEQUÊNCIA DA MUDANÇA DO CLIMA
Relatório do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas lançado ontem destaca o papel das cidades na emissão de gases de efeito estufa e os impactos à saúde, à segurança hídrica e energética sofridos por estas. Sem contar a destruição de edificações e muitas vezes causad.
“A mudança do clima intensifica e amplia problemas que muitas vezes já são conhecidos numa cidade, como a ocorrência de fortes chuvas com pontos de alagamento, inundações e deslizamentos, a expansão de doenças, com a presença de mosquitos vetores, como é o caso da dengue, zika e chikungunya, entre outras. Somado a esses problemas, surgem novos desafios como o desabastecimento de água causado por secas prolongadas, as ondas de calor mais frequentes e o aumento do nível do mar”.
http://sustentabilidade.estadao.com.br/blogs/ambiente-se/cidades-estao-na-causa-e-na-consequencia-da-mudanca-do-clima/

EVENTOS EXTREMOS ESTÃO CADA MAIS RELACIONADOS COM MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Relatório lançado ontem pela Organização Meteorológica Mundial diz que mais da metade dos 79 eventos extremos que ocorreram de 2011 a 2015 foi relacionada em algum grau às mudanças climáticas; no Brasil, o relatório aponta a seca da Amazônia entre 2015 e 2015 como um exemplo; já para a seca em São Paulo o estudo apontou que não há evidências claras, mas ela foi piorada pelo aumento da vulnerabilidade na região
http://sustentabilidade.estadao.com.br/blogs/ambiente-se/eventos-extremos-estao-cada-mais-relacionados-com-mudancas-climaticas/

OUTRA MÁ NOTICIA DOS EUA – O ESTADO DE WASHINGTON NÃO APROVA O IMPOSTO SOBRE EMISSÕES
Ontem os eleitores do estado de Washington votaram contra uma iniciativa que previa a introdução de um imposto sobre as emissões de gases de efeito estufa. A proposta era introduzir um imposto que atingiria principalmente o transporte particular e de carga. Em tempo, Hillary ganhou com folga no estado.
https://ballotpedia.org/Washington_Carbon_Emission_Tax_and_Sales_Tax_Reduction,_Initiative_732_(2016)
http://results.vote.wa.gov/results/current/President-Vice-President.html

JAPÃO É O 103O PAÍS A RATIFICAR O ACORDO DE PARIS
O primeiro ministro Shinzo Abe disse que seu país ” pretende desempenhar um papel de liderança na elaboração de arranjos que aumentam a transparência nos cortes de emissões de cada país para ajudar a realizar o espírito do Acordo”. Entretanto o Japão tem sido criticado por seus planos de construção de novas termelétricas a carvão em casa e por empurrar a tecnologia suja também no exterior.
http://in.reuters.com/article/us-climatechange-paris-japan-idINKBN1330J9?utm_source=Daily+Carbon+Briefing&utm_campaign=9798b55986-cb_daily&utm_medium=email&utm_term=0_876aab4fd7-9798b55986-303464501

O AR IRRESPIRÁVEL DE DELHI
Vem piorando a qualidade do ar em Delhi. Na descrição do New York Times, “abra uma porta ou janela e a névoa entra em segundos, lá fora o céu é branco e o Sol um círculo tão pálido que mal se vê”. A poluição é tão densa que é considerada responsável pela colisão de 70 veículos. A OMS define o limite de concentração de particulados, PM 2.5, em 25 microgramas por m3 de ar. Domingo chegou a 1.000 em alguns lugares. Na segunda-feira, o ministro-chefe de Delhi suspendeu por 5 dias todas as construções, fechou por 3 dias 1.800 escolas publicas e por 10 dias uma termelétrica a carvão. Mas as causas serão mais difíceis de atacar pela diversidade de fontes – carvão, construção civil, queima de lixo, veículos (incluindo velhos carros a diesel), queimadas no campo e até a queima de fogos em feriados.
http://www.nytimes.com/2016/11/08/world/asia/indiadelhismog.Html
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2016/11/1830541-na-pior-onda-de-poluicao-em-17-anos-nova-deli-veta-carros-velhos-a-diesel.shtml?cmpid=comptw

O ISIS COMEÇOU A QUEIMAR POÇOS DE PETRÓLEO
Todos lembram as cenas no Kuwait quando Sadam retirou suas tropas e pôs fogo nos poços de petróleo. Agora são os poços no próprio Iraque, nas áreas ainda controladas pelo Estado Islâmico. Então, como agora, dá-se um passo grande para romper o limite de 1,5 °C.
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/11/nuvem-toxica-estado-islamico-queima-pocos-de-petroleo-na-batalha-por-mossul.html

MAIS UM TERREMOTO ATINGE REGIÃO DO FRACKING EM OKAHOMA
Um terremoto de magnitude 5 atingiu anteontem a região de Cushing, Oklahoma, centro importante de distribuição de petróleo. O terremoto forçou a parada temporária dos oleodutos, mas não foram registrados feridos. Os terremotos estão aumentando na região e a disposição de efluentes em poços profundos tem sido culpada por isto. A região, que nunca teve atividade sísmica importante, começou a ter um numero significativo de terremotos justamente em 2009, ano no qual companhias de petróleo começaram a usar a tecnologia do fracking para extrair petróleo e gás. A tecnologia produz grande quantidade de efluentes que são injetados em poços de grande profundidade.
http://oilprice.com/

TAXAR CARNE E LATICÍNIOS PODE AJUDAR O CLIMA GLOBAL
Diferentemente do cenário brasileiro, nas discussões internacionais sobre clima muito se fala sobre as emissões associadas à indústria, à energia, ao transporte etc. Mas pouco se fala sobre as emissões da agricultura e pecuária – isso a despeito dessas atividades representarem juntas quase 1/4 das emissões globais.
As projeções sobre o consumo global de carne bovina e laticínios para as próximas décadas indicam um aprofundamento do impacto desses setores sobre o clima terrestre, o que poderá dificultar a implementação de qualquer meta de redução de emissões nas próximas décadas.
Para avançar na redução das emissões globais nas próximas décadas, é fundamental que as políticas públicas de mitigação enfoquem os setores relacionados à alimentação humana. Um caminho para isso pode ser uma velha conhecida do contribuinte brasileiro: a taxação.
http://pagina22.com.br/2016/11/08/estudo-taxar-carne-e-laticinios-pode-ajudar-o-clima-global/
http://www.nature.com/nclimate/journal/vaop/ncurrent/pdf/nclimate3155.pdf

REALISMO NO COMBATE ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Artigo de Lili Fuhr, da Fundação Heinrich Böll (ligada ao partido verde alemão), critica as mirabolantes propostas da geoengenharia para redução do aquecimento global e propõe um pacote de medidas imediatas que seriam politicamente “mais espinhosas do que a geoengenharia, mas funcionariam”, entre elas: moratória de novas minas de carvão com realocação do investimento para fontes renováveis de energia; taxação dos combustíveis da aviação, “que atende só 7% da população mundial”; mudanças no uso da terra e transformação do sistema agrícola; e economia circular.
http://www.valor.com.br/opiniao/4768545/realismo-radical-sobre-mudanca-climatica

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