Nomes populares: queixada, porco-do-mato, pecari, canela-ruiva
Nome científico: Tayassu pecari
Estado de conservação: “vulnerável” na lista vermelha da IUCN e na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção
Quando está irritado, ele eriça uma faixa de pelo do dorso, exala um cheio desagradável e bate os dentes com força, fazendo um barulho assustador. Poucos animais ousam atacá-lo. Só dois costumam se atrever a encarar este porco-do-mato: a onça e o homem. O queixada, um grande porco-do-mato que vive em grupos de mais de uma centena de indivíduos, é uma das principais presas da onça-pintada e vítima frequente de ações humanas.
Ele ocorre de norte a sul do Brasil e é um animal típico das florestas tropicais úmidas. É encontrado também em grande parte dos países das Américas do Sul e Central. Mas a espécie é considerada vulnerável. O queixada precisa de grandes áreas, diversidade de habitat contínuos dentro de suas áreas de uso e desaparece muito rapidamente devido a ameças humanas. Segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), suspeita-se que as populações de queixada tenham sofrido pelo menos uma redução de 30% nos últimos 18 anos (três gerações) e podem vir a sofrer redução na mesma porcentagem nos próximos 18 anos, causadas principalmente por desmatamentos, alteração de habitat e caça.
Agricultores consideram o queixada um “animal praga”, devido aos danos que causa às lavouras de milho, e muitas vezes é abatido como retaliação a esse prejuízo. E todos perdemos com isso, pois o queixada é um grande amigo das florestas. Ele desempenha um importante papel na manutenção dos ecossistemas, tanto como predador, quanto como dispersor de sementes, o que faz dele um semeador de árvores.
O queixada pesa em torno de 35 kg a 40 kg, tem cerca de meio metro de altura e pelagem cinza-escura longa e espessa e uma característica faixa de pelos claros ao longo dos dois lados do queixo. Nos grandes grupos em que costumam viver, os machos mais velhos vão na frente, depois vão os machos jovens e por último as fêmeas com as crias. As fêmeas têm geralmente dois filhotes a cada gestação, que passam a acompanhar a mãe desde os primeiros momentos de vida. Na hora de comer, o queixada não tem luxos. Se alimenta de frutos, raízes, tubérculos, talos de diversas plantas, insetos, rãs e cobras.
Esses animais não costumam atacar o homem. Mas diz o bom senso que não é nada recomendável enfrentar um bando de queixadas assustados. Eles acreditam que a união faz a força – e neste caso, faz mesmo – e se defendem investindo em conjunto contra o agressor. Como enxergam pouco, vão pra cima e derrubam tudo o que encontram pela frente.
Fonte: Luciana Ribeiro – Fauna News