O livro “Biodiversidade e ocupação humana do Pantanal mato-grossense: conflitos e oportunidades” traz para discussão um assunto pouco citado nos debates acadêmicos: a conservação do Pantanal. Em uma pesquisa simples na ferramenta de pesquisa Scopus utilizando o nome do bioma adicionado a palavra “conservação” encontramos 159 referências para o Pantanal, bastante diferente da Amazônia ou Mata Atlântica com 1319 e 1405, respectivamente.
É possível refletir sobre algumas prováveis razões, como: o Pantanal é considerado um ambiente preservado, em que o desmatamento de áreas nativas é menos que 17% (IBAMA 2012), aproximadamente 95% dos 140 000 Km2 do bioma são de posse privada, com poucos conflitos relacionados à posse da terra (HARRIS et al., 2005); e existem poucos registros de espécies endêmicas na região (JUNK et al., 2006). Assim, não é surpresa que o Pantanal não seja incluído na maioria dos mapas de áreas prioritárias para conservação (JENKINS et al., 2013; MYERS et al., 2000; OLSON and DINERSTEIN, 2002) sendo considerado, por alguns, um lugar intocado (DESBIEZ, 2009) livre de ameaças.
Leia na íntegra o artigo realizado com o apoio do CNPq:
Pantanal, um lugar intocado? Conflitos relacionados à conservação do Pantanal
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Resenha do livro: FRANCO, Jose Luis Andrade; DRUMMOND, Jose Augusto; CHIARA, Gentile; AZEVEDO, Aldemir Inácio de. Biodiversidade e ocupação humana do Pantanal mato-grossense: conflitos e oportunidades. 1 ed. ed. Rio de Janeiro: Garamond, 2013. p. 260.
Por Rafael Morais Chiaravalloti é Diretor Científico da ECOA, graduado em Biologia pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), com mestrado em Desenvolvimento Sustentável pela Escola de Conservação Ambiental e Sustentabilidade (ESCAS) e atualmente doutorando na University College London; é autor do livro Escolhas Sustentáveis: discutindo biodiversidade, uso da terra, água e aquecimento global.