Dependo da “quadra” do ano pode ser o inferno e já passei por essa, a da “orla malignada” e “das legiões alucinantes”.
Vejam o que disse Virgilio Corrêa, em 1946:
“…contribuíam para molestar os pioneiros, que de mais a mais sofriam sem remédio as sangrias sem fim causadas pelos insetos hematófagos, cujos enxames se multiplicam nas quadras propícias.
Ainda hoje… a supremacia sinistra do agressor alado, que pousa aos bandos na pele do paciente, perfura-o com o seu órgão sugador para lhe chupar gulosamente o sangue.
Entra-lhe pelos ouvidos, pelas narinas, e até pela boca, na hora das refeições, quando aberta rapidamente para receber a comida, com a qual se mistura a maneira de condimento inesperado.
Os próprios quadrúpedes definham em curto prazo, ou buscam proteção nas aguadas e lameiros em que se chafurdam os suínos.
[…]
Exaustos deixam de pastar … e por fim sucumbem, se não podem afastar-se da orla malignada pelo minúsculo inimigo, individualmente débil, mas invencível pelo número assombroso de suas legiões alucinantes.
Para lhe conter a fúria agressiva fez-se mister o uso de mosquiteiro, protetor de redes, mais frequentemente usadas do que as simples camas, e a fumaça no interior das habitações, cujo ambiente se tornava tão incômodo que os insetos não lhes resistiam… desprezando as vítimas que se contentassem em respirar o ar viciado, para lhes evitar as sangrias debilitantes”.
Virgilio Corrêa Filho em “Pantanais Matogrossenses”, uma publicação do IBGE de 1946.