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Produção de mel no Pantanal: geração de renda para famílias ribeirinhas e a proteção de abelhas

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Foto: Victor Sanches - ecoa

O mel mais puro do mundo. Foi este o resultado da avaliação feita pela Universidade de Neuchâtel, na Suíça, a pedido da Ecoa, em 2018, de amostras de méis produzidos na região da Serra do Amolar, no Pantanal, por famílias ribeirinhas através do Programa Oásis da Ecoa.

A Ecoa incentiva a produção de mel no Pantanal como forma de geração de renda para as famílias e a proteção de abelhas e outros polinizadores na região, para a manutenção e conservação deste conjunto de ecossistemas que é o Pantanal. Por meio do Projeto ECCOS, que tem financiamento da União Europeia, a Ecoa promove capacitação e assessoria técnica contínua às famílias produtoras, além construir e equipar um centro de produção certificado na região do Amolar, próximo ao núcleo da Ecoa.

De 2018 para cá, já foi possível comprar equipamentos e garantir o mais caro dos investimentos: assessoria técnica de qualidade mensal para todas as sete famílias que produzem na Comunidade do São Francisco, próximo à Serra do Amolar; em Miranda, no assentamento Bandeirantes, e no Porto Amolar. “O projeto ECCOS permitiu assessoria técnica mensal durante quatro anos, a compra de equipamentos e, junto com recursos do Programa Ecomudança, do Itaú, permitiu a estruturação do Centro de Processamento Apícola na Serra do Amolar.”, diz André Luiz Siqueira, presidente da Ecoa.

A produção de mel contribui diretamente com a renda das famílias. Os apicultores relatam que a apicultura já chegou a representar 100% da renda mensal, salvando suas famílias da fome em períodos difíceis para a pesca. “No ano passado (2020), as famílias vinculadas ao apiário dos irmãos Daniel e Luciano, na Comunidade do São Francisco, puderam gerar renda durante a pandemia, quando as atividades ligadas ao turismo não eram possíveis. No mesmo período, houve uma crise da pesca na região e eles falaram que a venda de mel foi determinante para botar comida na mesa. Então foi cumprido o que a gente havia planejado dentro dessa produção.”, afirma André.

A atividade é transformadora, pois acompanha uma mudança de prática destas pessoas com relação também ao ambiente. Com a correta capacitação e assessoria, os apicultores passaram a produzir mel de forma sustentável e aprenderam a cuidar e proteger as abelhas. Durante os incêndios de 2020, enquanto o fogo devastava o Pantanal, os apicultores mantiveram seguras as colmeias, com alimentação adequada, e hoje, as abelhas estão fortes e produzindo mais mel.

O projeto ECCOS é um consórcio interinstitucional coordenado pela Fundación para la Conservación del Bosque Chiquitano (FCBC), na Bolívia, e coordenado pela Ecoa, na parte brasileira. Além dessas organizações, fazem parte do projeto a Fundación Amigos de la Naturaleza (FAN, Bolívia), Asociación para la Conservación de la Biodiversidad y el Desarrollo Sostenible (SAVIA, Bolívia), Bosques del Mundo – Verdens Skove (BdM, Dinamarca) e o Governo Autônomo Departamental de Santa Cruz (GADSCZ, Bolívia). Com financiamento da União Europeia, teve início em 2018 e está sendo encerrado agora, em 2021.

Assista abaixo ao vídeo produzido pela Ecoa, via projeto ECCOS, sobre a produção de mel no Pantanal.

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