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Relatório relaciona conservação ambiental com produção agrícola, combinação presente na Paisagem Modelo Pantanal

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Pequeno produtor agrícola na Paisagem Modelo Pantanal. Foto: Acervo Ecoa.

O Relatório mais recente da Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (BPBES) destaca formas de conciliar a conservação ambiental com a produção agrícola no Brasil. O documento demonstra como o setor do agronegócio — agricultura, pecuária e silvicultura — se apoia e é beneficiado pela biodiversidade e pelos serviços ecossistêmicos.

O objetivo é orientar gestores e líderes tanto do setor público quanto privado na tomada de decisões, que priorizem a sustentabilidade e o equilíbrio entre agricultura, biodiversidade e serviços ecossistêmicos, como a oferta de água limpa, a regulação do clima, a preservação da fertilidade e estrutura do solo, a polinização de culturas e o controle natural de pragas e doenças.

Além disso, o relatório evidencia que o Brasil possui potencial agrícola que não se limita apenas às grandes propriedades, já que a agricultura familiar e a praticada por povos e comunidades tradicionais desempenham um papel fundamental no cenário agrícola do país. Essas populações possuem uma ligação direta com os recursos naturais.

A agricultura familiar é destacada na publicação da BPBES como uma das estratégias para equilibrar a produção agrícola com baixas emissões de carbono, além de preservar a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos. É neste contexto, que a Paisagem Modelo Pantanal tenta seguir, por meio de quintais agroecológicos e o monitoramento da biodiversidade na borda oeste do Pantanal, conciliando a produção agrícola de pequenos agricultores familiares em coexistência com onças-pintadas e primatas ameaçados de extinção.

Como a agroecologia pode contribuir com um solo degradado?

Existem relações de interdependência entre agricultura, biodiversidade e serviços ecossistêmicos que, quando respeitadas, asseguram o uso sustentável dos recursos naturais e contribuem para a manutenção da qualidade de vida em longo prazo.

As soluções passam por tecnologias, inovação, incentivos econômicos, extensão rural, entre outros fatores, adaptados à diversidade dos biomas brasileiros, à complexidade do meio rural, ao perfil dos atores locais e aos diversos sistemas de produção. Na Paisagem Modelo Pantanal, a tecnologia agroecológica foi adotada, com sistemas agroflorestais e pecuária-floresta, que são formas de uso e manejo do solo em que árvores ou arbustos são combinados a cultivos agrícolas e/ou animais em uma mesma área para diversificar a produção. O método também traz outros benefícios, como preservar a umidade do solo e contribuir para o equilíbrio das temperaturas.

O relatório conclui que o Brasil possui requisitos importantes para ser um modelo global de agricultura sustentável, com ganhos em produtividade, conservação da sociobiodiversidade e manutenção dos serviços ecossistêmicos e do bem-estar humano. Na Paisagem Modelo Pantanal, a governança aplicada envolve diferentes atores do território para promover o manejo sustentável, resolver conflitos e buscar sinergias positivas.

Paisagem Modelo Pantanal

No início do ano, moradores do Assentamento Rural 72 localizado em Ladário (MS), área que faz parte da Paisagem Modelo Pantanal, participaram de uma oficina sobre sistemas agroflorestais e de pecuária-floresta.

Em seguida, 10 famílias tiveram apoio para a implantação das técnicas agroecológicas em seus terrenos, para diversificar a produção, trazer segurança alimentar, gerar renda e contribuir para a qualidade do solo.

A Paisagem Modelo Pantanal possui 76.000 hectares com uma riqueza em sociobiodiversidade e está localizada na borda oeste do bioma.

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