– Represas: um rastro de destruição é desenhado, pois milhares de famílias vivem na região e dependem diretamente dos rios para sobreviver.
Podemos contabilizar hoje na Bacia do Alto rio Paraguai (BAP) – a bacia onde está o Pantanal – a existência de pelo menos 38 empreendimentos hidroenergéticos em operação. Esta semana, mais uma ameaça surgiu. O Rio Correntes, já duramente impactado pela implantação da Usina Hidrelétrica Ponte de Pedra, da PCH Gabriela e da CGH Aquárius I, está prestes a receber mais uma represa, na região onde faz divisa entre os municípios de Sonora/MS e Itiquira/MT.
O que se sabe sobre o novo empreendimento, CGH Aquárius II, é que será construído entre a Usina Hidrelétrica e a CGH já existente, em uma área muito próxima a duas grandes comunidades tradicionais existentes: Porto dos Preto (grafado deste modo) e a Porto dos Bispos. Só nesta região, são cerca de 200 famílias que sentem os efeitos catastróficos das barragens.
Entre os danos já existentes neste ponto do rio – e que se intensificarão com a construção desta nova represa – podem ser destacados:
• Irregularidade do pulso de inundação do rio: em questão de horas o nível altera de metros para centímetros de profundidade. Veja o vídeo que recebemos na semana passada da comunidade de Porto dos Bispos;
• Escassez de peixe;
• Impossibilidade de navegação por conta da formação de inúmeros bancos de areia e da instabilidade do nível do rio;
• Alteração da flora e da fauna;
• Economia das comunidades drasticamente afetada. A região conhecida por ter vários ranchos e ser ponto turístico já não recebe ninguém;
• Êxodo das famílias por não conseguirem mais sobreviver e pescar o próprio alimento.