Matéria originalmente publicada em julho de 2023.
O Rio Jauru é um exemplo do que a instalação de represas representam para o Pantanal.
A contar de 2002, foram instalados seis empreendimentos hidroenergéticos na região. Desde então, as famílias, compostas em grande parte por agricultores familiares, povos indígenas e comunidades tradicionais, perderam as áreas onde cultivavam suas roças, caçavam e pescavam.
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O documentário ‘Rio Jauru, Veia Cortada do Pantanal’ revela como uma das artérias que abastecem o Pantanal foi cortada seis vezes por barragens. Mostra também a resistência e a luta da população que dele vive. A produção é de autoria do Comitê Popular do Rio Paraguai/Pantanal.
O mesmo destino trágico pode acontecer com o rio Cabaçal. Localizado no estado de Mato Grosso (MT), está sob ameaça de barramento em vários trechos com a construção de um “complexo hidrelétrico” de seis represas, distribuídas por seis municípios.
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Assista ao documentário abaixo:
A redução das populações de peixes é apenas uma das graves consequências que afetam a vida de famílias ribeirinhas.
As barragens interrompem a rota de migração de espécies com valor comercial, como dourado e pintado, que precisam subir os rios para desovar nas cabeceiras. Pescadores alegam que a instabilidade do nível da água do rio, um efeito batizado por pesquisadores de “onda de seca”, também afugenta os peixes do Jauru.
Além disso essas mudanças bruscas do nível da água – que baixam de metros a centímetros em poucas horas – colocam em risco a integridade física dos pescadores, já que os barcos podem encalhar ou bater contra pedras causando graves acidentes.