Localização: A bacia hidrográfica do Rio Sepotuba abrange uma área de, aproximadamente, 9.840 km² dentro da bacia do Alto Paraguai. Suas nascentes estão localizadas na Fazenda Az de Ouro, na encosta da Serra dos Parecis, no município de Nova Marilândia, ao norte do estado de Mato Grosso. Depois, deságua na cidade de Cáceres, tornando-se um importante afluente para o rio Paraguai e para a conservação e preservação dos mananciais do Pantanal (Siebert, 2019).
Municípios: Os municípios da bacia do Rio Sepotuba são Tangará da Serra, Nova Marilândia, Barra dos Bugres, Santo Afonso, Lambari D’Oeste, Cáceres, Salto do Céu e Nova Olímpia, todos do estado de Mato Grosso (Agência Nacional de Águas, 2016).
Economia no rio Sepotuba: A economia local começou a ser desenvolvida nos anos 1970, com a valorização da agricultura e maior povoamento da região. Apesar disso, foi só na década de 1980 que houve a instalação e consolidação das grandes fazendas, além da atração de outros povos que se dedicavam mais ao planto da soja, o carro-chefe da agroindústria exportadora (Dubreuil, 2005). Deste modo, atualmente, há uma predominância das monoculturas (soja, algodão, milho, girassol, arroz e cana-de-açúcar) e da pecuária na bacia (Ferreira, 2015). Em Cáceres, o município mais antigo da região, encontra-se o maior rebanho bovino regional do estado, o quarto maior do Brasil. Essas características fazem com que a pecuária desponte como inerente ao cenário produtivo e, logo, ao conjunto socioeconômico da região, o que faz da atividade um elemento importante dentro das chamadas “vocações regionais” de Mato Grosso (Ferreira, 2017; Soares et al., 2017).
Outros pontos relevantes: Os recursos hídricos na bacia do rio Sepotuba estão cada vez mais escassos devido ao impacto ambiental causado por atividades antrópicas. Alguns exemplos disso são: presença de lixo urbano, descarte irregular de agrotóxicos nas matas ciliares do rio, uso do leito como bebedouro do gado da região, processos erosivos, descargas de águas pluviais e a construção de PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas) e UHEs (Usinas Hidrelétricas). Encontram-se em operação quatro empreendimentos de geração de energia e outros vinte e dois estão em fase de construção, licenciamento, projeto e inventário (Siebert, 2019).
Esta publicação faz parte de um levantamento sobre as sub-bacias da Bacia do Alto Paraguai para a formação de um Mapa Interativo:
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Este levantamento foi realizado por Nathália Rocha. Nathália é graduada em Ciências Biológicas (UFMS) e Mestranda em Ecologia e Conservação (UFMS). Atuou como pesquisadora na Ecoa entre 2019 – 2020 no Programa Oásis de Conservação de Polinizadores e na Agenda de Infraestrutura e Energia.
Referências – rio Sepotuba:
Agência Nacional de Águas. 2016. Relatório Hidrólogico.
Dubreuil, V. 2005. Evolução da fronteira agrícola no centro-oeste de Mato Grosso: municípios de Tangará da Serra, Campo Novo dos Parecis e Diamantino. Cadernos de Ciência & Tecnologia, Brasília, v. 22, n. 2, p.463-478.
Ferreira, E. 2017. Cáceres: histórico, desmembramentos e a questão regional do sudoeste mato-grossense. Ciência Geográfica, Bauru, v.21, n.1, p.222-238.
Ferreira, F.S. 2015. Qualidade da água nas bacias do Rio Sepotuba e Taquari – MT, para uso doméstico e agrícola – Tangará da Serra/MT. Dissertação.
Siebert, D.E. 2019. A Bacia do Rio Sepotuba e a atuação do Comitê de Bacia.
Soares, J.C.O.; Santos, L.; Caldas, J.A.P. 2017. A pecuária bovina no município de Cáceres-MT: reflexões no contexto socioeconômico. Ciência Geográfica, Bauru, v.21, n.1, p.184-197.
Foto de Capa: Sérgio Roberto/Enfoque Business)
Olá, gostaria de saber qual é a classificação da água do rio Sepotuba perante a resolução CONAMA 357/05