Localização: A Bacia Hidrográfica do Rio Piquiri percorre uma área de 2.000 km² na divisa dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. É, também, afluente da margem esquerda do Rio Correntes, com cerca de 200 km de extensão. Suas nascentes estão no planalto do Taquari-Itiquira, na cidade de Sonora (MT) (Pupim et al., 2014). No seu curso, recebe águas do rio Correntes e percorre até 60 km para se unir ao rio Itiquira, que vem do planalto. O rio Piquiri também chega à Depressão do rio Paraguai, antes de alcançar a zona pantaneira, em caminho sinuoso, e recebe pela margem direita o rio Peixe de Couro. É no encontro entre o Itiquiria com o rio Piquiri que ele ganha os nomes Piquiri ou Itiquira e segue em direção noroeste, com desvio para sudeste – comandando toda a rede de drenagem do entorno -, até alcançar o rio Cuiabá (Moraes, 2013).
Municípios: Em Mato Grosso do Sul a bacia contempla os municípios de Corumbá, Coxim, Sonora e Pedro Gomes. Já no estado de Mato Grosso, chega até Barão de Melgaço, Santo Antônio do Leverger e Itiquira (Agência Nacional de Águas, 2020).
Economia: O Rio Piquiri é considerado, atualmente, um dos cursos d’água com maior abundância de peixes da região do Pantanal. É esse cenário que atrai tanto pescadores profissionais quanto amadores, além de turistas de pesca e também em busca de passeios ao ar livre no entorno do rio. A pecuária, ainda assim, desponta como a atividade econômica de maior destaque na região, já que a geografia local apresenta dificuldades às práticas agrícolas de lavouras (Moraes, 2013).
Outros pontos relevantes: A Bacia Hidrográfica do Rio Piquiri é formada pelo rio de mesmo nome, e por seu principal afluente, o rio Itiquira. O rio Piquiri tem inúmeros corixos e vazantes, além de comportar largas faixas de planícies aluviais com uma série de meandros (Carvalho, 1986; RADAMBRASIL, 1982; Moraes, 2013). Seu perfil na região do planalto modifica-se à medida que entra no Pantanal, tornando-se distributivo na região norte do leque do rio Taquari e, ainda, apresenta padrão de drenagem fortemente assimétrico (Filho et al., 2017). Desde sua entrada no Pantanal até o rio Cuiabá, no seu médio e baixo curso, o rio Piquiri assume características aluviais, formando uma planície fluvial embutida entre o Taquari e São Lourenço (Pupim et al., 2014). Áreas voltadas a conservação dentro da bacia sofrem com a pesca ilegal e predatória, tanto por parte dos pescadores profissionais quando por parte dos turistas. Outro problema identificado é a introdução de espécies de peixe que não são naturais ao habitat, como o tucunaré. Há, também, problemas com a regularização fundiária, pela presença de fazendas na margem do rio que provocam desmatamento, principalmente da mata ciliar, o que acelera a erosão das margens e o assoreamento do rio Piquiri. Ao fim, esse processo prejudica a biodiversidade com um todo (Moraes, 2013).
Esta publicação faz parte de um levantamento sobre as sub-bacias da Bacia do Alto Paraguai para a formação de um Mapa Interativo:
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Este levantamento foi realizado por Nathália Rocha. Nathália é graduada em Ciências Biológicas (UFMS) e Mestranda em Ecologia e Conservação (UFMS). Atuou como pesquisadora na Ecoa entre 2019 – 2020 no Programa Oásis de Conservação de Polinizadores e na Agenda de Infraestrutura e Energia.
Referências – rio Piquiri:
Agência Nacional de Águas. 2020. Mapa Bacia do Alto Paraguai.
Carvalho, N.O. 1986. Hidrologia da bacia do Alto Paraguai. Simpósio sobre recursos naturais e socioeconômicos do Pantanal. v. 1, Corumbá. Anais, p.43-49.
Filho, A.C.P.; Mioto, C.L.; Machado, R.; Gonçalves, F.V.; Ribeiro, V.O.; Grigio, A.M.; Silva, N.M. 2017. Controle Estrutural da Hidrografia do Pantanal, Brasil. Anuário do Instituto de Geociêmcias – UFRJ, v. 40, p. 156-170.
Moraes, E.S. 2013. Áreas Protegidas no Pantanal de Mato Grosso: Análise territorial no trecho do rio Piquiri no Parque Estadual Encontro das Águas. Dissertação de Mestrado em Geografia, Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Departamento de Pós-Graduação em Geografia.
Pupim, F.N; Assine, M.L; Merino, E.R; Macedo, H.A; Silva, A. 2014. A planície interleques do rio Piquiri, bacia do Pantanal. Anais 5º Simpósio de Geotecnologias no Pantanal, Campo Grande, MS. Embrapa Informática Agropecuária/INPE, p.848-857.
Projeto RADAMBRASIL. 1982. Levantamento de recursos naturais. Folha SD 20- 21 Cuiabá, v.27, Rio de Janeiro, p.452.
Foto de capa: Tribuna do Interior
