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Um refúgio prestes a ser protegido: vistoria marca novo passo para a RPPN Água Branca

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Marcos da Silva Cunha, chefe do Parque Nacional das Emas e analista do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), foi o responsável pela vistoria técnica da RPPN da Cachoeira Água Branca. Foto: Acervo Ecoa
Cachoeira Água Branca é a segunda maior de Mato Grosso do Sul. Foto: Acervo Ecoa

No último sábado (12/04), Fernanda Cano, da Ecoa, acompanhou a vistoria técnica conduzida por Marcos da Silva Cunha, chefe do Parque Nacional das Emas e analista do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). A visita teve como objetivo avaliar a área destinada à criação da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Cachoeira Água Branca, localizada na zona rural de Pedro Gomes (MS).

A vistoria integra o processo formal de criação de RPPNs, conforme determina o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC). Nessa etapa, o técnico do ICMBio verifica in loco as características ecológicas da área, seu potencial para uso público, relevância para a conservação da biodiversidade e compatibilidade com atividades de ecoturismo.

Importância ambiental e paisagística

A área da futura RPPN está inserida no Corredor de Biodiversidade Emas-Taquari, e se insere entre as áreas prioritárias para a conservação da Bacia do Alto Paraguai (BAP). Com vegetação que remete à Mata Atlântica de interior nas proximidades da cachoeira, solos areníticos e relevo característico da Serra de Maracaju, a paisagem se destaca pelo alto valor ecológico e cênico.


Na paisagem destaca-se a presença da exuberante cachoeira Água Branca, a segunda maior queda d’água do estado, com aproximadamente 83 metros de queda livre. Localizada a cerca de 10 km da nascente do córrego Cipó ela integra a sub-bacia Piquiri-Correntes, que contribui para o abastecimento das águas do Pantanal.

Mobilização contra ameaça e projeto de preservação

Nelson Mira Martins é o proprietário da área da RPPN. Foto: Acervo Ecoa

A iniciativa de transformar a área em RPPN partiu do proprietário, Sr. Nelson Mira Martins, especialmente após a ameaça da instalação de uma represa hidrelétrica no córrego Cipó, que poderia desviar até 80% do fluxo de água da cachoeira. A mobilização contra o empreendimento contou com o apoio de moradores locais, a Ecoa e o Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul (MPMS), resultando na suspensão da licença ambiental.

A criação da RPPN garantirá a proteção ambiental permanente da área, ao mesmo tempo em que abrirá possibilidades para o turismo sustentável. O próprio Nelson planeja construir uma pousada na área quando a formalização da RPPN estiver concluída.

A criação da unidade de conservação também permitirá que o município de Pedro Gomes acesse recursos do ICMS Ecológico, gerando benefícios a toda a comunidade.

Próximos passos

Fernanda Cano (Ecoa), Marcos Cunha (ICMBio) e o proprietário Nelson Mira Martins durante vistoria técnica da RPPN Água Branca. Foto: Ecoa

Com apoio técnico da Ecoa, o processo de criação da RPPN Cachoeira Água Branca já está em andamento. Após a vistoria, os próximos passos envolvem a averbação da matrícula em cartório e, em seguida, a publicação da portaria de criação pelo ICMBio. A expectativa é que a reserva contribua para a proteção da biodiversidade, o fortalecimento da identidade local e o desenvolvimento de atividades econômicas sustentáveis na região.

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