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2020-2030: Uma década dedicada a recuperar ecossistemas degradados

5 minutos de leitura
Imagens via Somos Verdes

Por Luana Campos (ECOA)

Ecossistemas degradados: Quando um ecossistema, seja ele aquático ou terrestre, perde sua habilidade de resiliência – isto é, sua capacidade natural de recuperação – após uma grande perturbação, ou uma série de degradações, ele entra em colapso. Erosão e/ou esgotamento dos solos, diminuição ou ausência de cobertura vegetal, perda de qualidade e/ou capacidade produtiva e desaparecimento de espécies, são alguns indícios desse processo.

Causa e efeito: Na grande maioria das vezes, o fenômeno está ligado a superexploração de recursos naturais por atividades humanas. Mineração, desmatamento e disposição de resíduos industriais e urbanos, são alguns exemplos.

A destruição desses ecossistemas implica diretamente os serviços ecossistêmicos essenciais, como o fornecimento de água doce, controle de inundações e polinização, por exemplo. No mundo, hoje, 3,2 bilhões de pessoas sofrem com a insegurança alimentar, escassez hídrica e a crise climática. Efeitos diretos ou agravados por essas degradações.

Dados da ONU Meio Ambiente (Organização das Nações Unidas) preveem que até 2050, a degradação de ecossistemas somada às mudanças climáticas, devem reduzir em até 50% o rendimento das colheitas em determinadas partes do planeta.

Restauração ecológica: Atualmente, 2 bilhões de hectares de paisagens desmatadas e degradadas no mundo apresentam potencial de restauração. Em algumas situações, dependendo do grau de degradação, os ecossistemas ainda conseguem se regenerar sozinhos. Mas caso essa capacidade tenha sido gravemente afetada, os ecossistemas necessitam da intervenção humana para se recuperarem. Um dos modos para isso é o plantio de árvores e plantas – preferencialmente nativos.

Em março de 2019, a ONU Meio Ambiente, em conjunto com a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), lançaram a Década das Nações Unidas sobre Restauração de Ecossistemas. A iniciativa busca, por meio de apoio político, pesquisa científica e fortalecimento financeiro, acelerar o cumprimento da meta do Desafio de Bonn, que prevê a restauração de 350 milhões de hectares de terras degradadas até 2030.

Cerrado, um hotspot de biodiversidade: No Cerrado, a ‘floresta de cabeça para baixo’, a ECOA (Ecologia e Ação) atua junto a assentados rurais promovendo conservação e restauração ecológica. Desde 2016, por meio dos projetos “Ciência Cidadã” e “Corredor Miranda-Bodoquena”, foram semeados 20kg de sementes nativas e plantadas 500 mudas de Baru (Dipteryx alata) em Áreas de Preservação Permanente (APP) de 3 assentamento rurais de Mato Grosso do Sul.

Os resultados são admiráveis! Mais de 22 hectares restaurados, 5 nascentes em processo de recuperação e retorno de fauna silvestre. Além disso, o envolvimento ativo dos próprios assentados, que monitoram as áreas reflorestadas com ajuda da ferramenta Ciência Cidadã.

Confira!

Referências:

ONU declara Década sobre Restauração de Ecossistemas – ONU

O que é uma Área Degradada? – Blog 2 Engenheiros

Como é feita a recuperação de áreas degradadas? – Unisul/Gestão Ambiental

Imagens de capa via Somos Verdes

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