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Uso da água é questionado em audiência pública de mineradora

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O uso da água foi o tema campeão de perguntas da audiência pública da Rio Tinto realizada em Corumbá, MS, no dia 21 de fevereiro. O projeto da empresa é aumentar a produção de minério de ferro de 2 milhões de toneladas/ano para 7,5 milhões, em uma primeira fase, e 15 milhões na segunda fase, prevista para 2012.

A moradora da Comunidade de Maria Coelho, Janira Arruda, pediu ajuda a empresa, porque a comunidade já sofre com a falta de água e está sendo atendida por caminhões pipa. As famílias de Maria Coelho utilizam a água do córrego Piraputanga para consumo e para produção de alimentos.

A Rio Tinto explicou que a diminuição da vazão da água não é devido ao uso da mineração, que atualmente são de três poços artesianos. Mas porque o volume de chuvas diminuiu. E assumiram que para o projeto de ampliação será necessário captar água no rio Paraguai, pois somente o córrego não será suficiente.

De acordo com as informações apresentadas na audiência, nesta primeira fase serão perfurados mais dois poços artesianos para fornecimento de água que podem trazer uma interferência no Piraputanga. Porém, dentro dos limites legais. Outra usuária pediu que a empresa então nem perfurasse novos poços, que desde o início da ampliação fosse utilizado apenas água do rio Paraguai.

Segundo as regras da audiência pública, a informação passada pela moradora constará no processo de licenciamento e ajudará na análise do projeto.

O Secretário Municipal de Meio Ambiente, Ricardo Eboli, reconheceu durante audiência que existe conflito de uso da água na região de Maria Coelho e que para resolver o problema será formada uma Câmara de Técnica para tratar o assunto. A Câmara e suas ações serão apresentadas em Março. São vários usuários na região, as famílias produtoras, a mineradora MCR e os balneários.

Outro assunto questionado foi o escoamento da produção, onde 80% é destinada a exportação. Há muitas dúvidas de como será feito, já que a ferrovia está sucateada, a hidrovia tem um limite natural e a rodovia inviabiliza o projeto economicamente.

O chefe do escritório regional do Ibama, Ricardo Pinheiro Lima, explicou que o transporte da produção é um outro processo e terá um outro licenciamento, com outra audiência pública para esclarecer todas as dúvidas. E apesar de serem tratados separados, o Ibama sabe que são totalmente dependes, esclarece.

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