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Notícias do Clima

13 minutos de leitura

Por ClimaInfo

 

VOLUME MORTO NO VELHO CHICO
Em 2014, os paulistanos aprenderam um novo termo: volume morto. É quando se tem que captar água de uma represa num nível abaixo daquele projetado. É o que passou a acontecer na represa de Sobradinho, a maior do Rio São Francisco. A vazão na saída da represa, que normalmente é de 1.400 m3/s, caiu pela metade. A situação atual aguenta mais um mês e pouco, até o começo das chuvas, esperadas para dezembro. Com esta vazão, tenta-se preservar o abastecimento de água, mas a navegação dançou e diminuiu muito a geração de energia. Em todo caso, uma dancinha da chuva seria recomendável.
Como o final do período seco coincide com a temporada muito vento no Nordeste, os novos parques eólicos devem suprir parte da energia que o Velho Chico deixar de gerar.
A propósito, o turismo voltou às represas do Cantareira, para a alegria do comércio local.
http://economia.estadao.com.br/…/geral,seca-reduz-vazao-de-…
http://www1.folha.uol.com.br/…/1828604-apos-crise-turismo-d…

ENORME RESSACA NO LITORAL DO SUDESTE
E não era quarta feira de cinzas. Foi o ciclone extra-tropical que pegou em cheio o litoral do Sudeste. Três dias de ventos e ressacas fortes deixaram o famoso rastro de destruição.
No último dia de outubro bateu no Rio. Ondas de 4 metros, a pior ressaca em 20 anos no Posto 11 no Leblon. Se nos anos 90, o Rio sofria uma destas tempestades por ano, agora são 4 ou 5, prejudicando o turismo, o transito, a cidade.
Se tem a ver com as mudanças climáticas? Veja mais abaixo no comentário sobre o Boletim da WMO.
http://www1.folha.uol.com.br/…/1828425-litoral-de-sp-tem-ca…
https://www.theguardian.com/…/rio-de-janerio-beaches-climat…
http://www1.folha.uol.com.br/…/1828425-litoral-de-sp-tem-ca…

VAMOS PRECISAR AUMENTAR A AÇÃO PREVISTA NO ACORDO DE PARIS
O Acordo de Paris entra em vigor nesta sexta-feira, mas já está devendo: falta um corte adicional de 25% nas emissões globais de gases de efeito estufa para que se mantenha o aquecimento global bem abaixo de 2°C neste século, o principal objetivo do acordo pelo clima.
A conta feita pela ONU foi divulgada hoje no relatório “Emissions Gap” (algo como “A Lacuna das Emissões”) do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.
http://www.valor.com.br/…/onu-ve-necessidade-de-cortar-mais…

GEOENGENHARIA: UMA PRETENSÃO DO TAMANHO DAS MUDANÇAS DO CLIMA
Muitos acham que as medidas de mitigação já são insuficientes para conter a mudança do clima. Destes, alguns acham que investir em geoengenharia é mandatório para segurar o aquecimento global. Geoengenharia agrupa duas famílias de inovações tecnológicas; uma que tira o CO2 da atmosfera, atacando a causa do aquecimento global e outra que diminui a radiação solar que aquece a Terra. O maior desafio é que, para fazer algum efeito, elas teriam que ter um alcance global. Por exemplo, espalhar aerossóis na atmosfera que refletem a luz solar; para funcionar, haveria que espalhar muito material no mundo todo. Só que nosso conhecimento sobre funcionamento da atmosfera ainda é limitado e não nos permite antever que efeitos colaterais esses aerossóis poderiam provocar. Será que, após algumas décadas, eles se concentrariam mais em um lugar do que noutro? Com que rapidez eles cairiam na superfície, se é que caem? E o que acontece quando caírem? Ou, outro exemplo, espalhar limalha de ferro nos oceanos para aumentar o sequestro de carbono da atmosfera: como isto afetará os organismos vivos marinhos de todos os tamanhos?
Parece que tudo de grandioso que a humanidade fez até hoje tem um alcance pequeno comparado com o tamanho das ideias da geoengenharia.
“O homem”, disse Shakespeare, “o homem transbordando de orgulho, revestido da mais pequena e breve autoridade, ignorante de tudo que julga saber … Como um mico raivoso, prega os mais fantásticos truques aos céus, a ponto de fazer chorar os anjos que, tivessem eles nossa bile, morreriam de tanto rir.”
http://www.bloomberg.com/topics/geoengineering
http://climatenewsnetwork.net/19791-2/…

TRUMPA-SE COM UM BARULHO CHINÊS DESSES
Perguntado sobre como lidaria com um eventual Presidente Trump, o principal negociador climático da China disse acreditar que um líder político deve conformar suas ações de acordo com os caminhos do mundo e que se contraria-los, não ganharia o apoio da sua população e acabaria afetando seu próprio progresso econômico e social.
O primeiro espanto é o ineditismo de um chinês expressar sua opinião sobre a eleição em outro lugar. E o segundo é que só o Trump para fazer da China um poder moderador mundial.
http://www.reuters.com/…/us-climatechange-china-idUSKBN12W3…
http://g1.globo.com/…/china-critica-trump-por-plano-de-reti…

DESCUBRA O POTENCIAL FOTOVOLTAICO DO SEU TELHADO, SE VOCE MORAR NOS EUA
Carl Elkin, um jovem americano que faz bicos no Google, montou, com amigos, uma plataforma que usa as imagens do Google Earth para estimar quanta energia solar bate no seu telhado e estimar o máximo de energia que um painel fotovoltaico geraria. Juntando com informações do dono do telhado sobre seu consumo de eletricidade e o tamanho da sua conta de luz, checa para ver se vale a pena instalar o painel. O serviço é oferecido para 42 dos 50 estados dos EUA.
Talvez demore um pouco para chegar aqui. Dentre outras razões, porque nossa conta de luz é loucamente complicada e a legislação da geração fotovoltaica varia de estado para estado e de ano para ano. O que dificulta um pouco a vida de quem quer adaptar uma plataforma destas para o Brasil.
https://www.google.com/get/sunroof#p=0

FOI A MUDANÇA DO CLIMA RESPONSÁVEL PELA TEMPESTADE DE ONTEM?
Todo mundo já fez esta pergunta. A resposta usual é que, embora faça parte da tendência prevista pelos cientistas, não dá para fazer uma ligação direta entre uma tendência climática e um evento especifico – ecoando a diferença entre previsão do tempo e previsão do clima.
Ontem saiu uma edição do Boletim da WMO (Organização Mundial da Meteorologia) dizendo que apesar da ciência do clima ter avançado bastante, a comunicação deste conhecimento não acompanhou o avanço. A preocupação em associar eventos com mudanças do clima começou com as seguradoras que precisavam saber se teriam que cobrir danos provocados por eventos extremos causados pelo aquecimento global.
Um avanço foi feito em 2004 quando uma onda de calor matou mais de 35.000 pessoas na Europa, em geral idosos, morando sozinhos, em apartamentos com janelas duplas fechadas e sem a menor noção dos sintomas e riscos de ficarem desidratados. Foi estimado que o aquecimento global dobrou o risco de eventos como aquele.
Os autores do artigo analisaram as enchentes deste ano na Europa que desalojaram milhares e causaram prejuízos de mais de um bilhão de euros e estimaram que o aquecimento global aumentou em 80% a chance de ocorrer este evento.
Para comunicar a ligação de um evento extremo com as mudanças climáticas, listam uma série de recomendações. Um conjunto de recomendações importantes diz respeito a probabilidades, incertezas e riscos.
E a ressaca da primeira nota? Bem, certamente as mudanças climáticas aumentaram a chance de ciclones extratropicais se formarem no Atlântico Sul. Este ano, talvez com um empurrãozinho do final do El Niño.
Há um site dedicado a ligar eventos extremos com as mudanças climáticas. Ver https://wwa.climatecentral.org/
http://library.wmo.int/opac/doc_num.php?explnum_id=3095
http://library.wmo.int/opac/doc_num.php?explnum_id=3095
http://www.eco-business.com/…/unnatural-disasters-how-we-c…/

DESMATAMENTO ILEGAL CRESCE EM MYANMAR
Agora é ilegal desmatar em Myanmar. Resultado: aumento do desmate ilegal. Mesmo comerciantes de Mandalay, segunda maior cidade do país, que apoiam a nova lei, confessam ter que negociar madeiras ilegais. O destino final: China.
A lei foi instituída não só para proteger a natureza, mas também pelo papel das florestas nos desastres naturais: a contenção de enchentes e deslizamentos de encostas.
https://news.mongabay.com/…/myanmars-logging-ban-feeds-sha…/

NEM TODA CIDADE GRANDE NO MUNDO CRESCE
A ONU prevê que em 2050, 2/3 da população mundial viverá em cidades. Mas nem todas as cidades grandes continuam crescendo: muitas estão encolhendo. O jornal inglês The Guardian colocou no seu site mapas do mundo mostrando as grandes cidades e indicando suas taxas de crescimento ou não. Dá para ver que na Europa e nas Américas, as cidades ou crescem pouco ou diminuem. Dá para ver que na China, a tendência parece também caminhar nesta direção. Ao contrário do que acontece na região logo ao sul do Saara, na África e no sudeste asiático.
https://www.theguardian.com/…/global-population-decline-cit…

PETROLEIRAS CRIAM FUNDO PARA ENERGIA RENOVAVEL
O espírito de Marrakech baixou em algumas das maiores companhias de petróleo do mundo. A BP, Eni, Repsol, Saudi Aramco, Royal Dutch Shell, Statoil e Total vão criar um fundo conjunto para desenvolver tecnologias e promover fontes renováveis de energia. Mais detalhes serão anunciados hoje.
http://www.reuters.com/a…/us-oil-climatechange-idUSKBN12X0WA

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