A Ecoa junto com a Coalizão Rios Vivos e a Rede Pantanal, realizou estudos sobre a construção de barragens para geração elétrica na Bacia do Alto Paraguai (BAP) e os efeitos sobre o Pantanal. Tais estudos resultaram no mapa interativo da BAP

  • As represas geram impactos ambientais, sociais e econômicos para a região;
  • Na terra em que tudo gira em torno das águas – o Pantanal – alterar a dinâmica dos rios com barragens é potencializar a destruição;
  • Ao longo dos anos a Ecoa atua para impedir as barragens no Pantanal;

Texto originalmente publicado em: 28 de jul de 2020.

Por volta do ano 2000, a Ecoa junto com a Coalizão Rios Vivos e a Rede Pantanal, iniciou os estudos sobre a construção de barragens para geração elétrica na Bacia do Alto Paraguai (BAP) e os efeitos sobre o Pantanal. Um dos primeiros trabalhos publicados foi “Fio d’água”, de Pierre Girard (2010), no documento Cenários Pantaneiros: Hidrelétricas na Bacia do Alto Paraguai (p. 27-29). Esse e outros textos trouxeram o entendimento de que construção de represas na parte alta da BAP promove uma completa alteração dos sistemas hídricos e, em consequência, do funcionamento biológico natural do Pantanal. Os efeitos econômicos são também desastrosos sobre a pesca e o turismo.

Este Mapa Interativo é um esforço da Ecoa para colocar luz sobre os empreendimentos, ampliando os conhecimentos sobre a BAP, seus rios e os efeitos cumulativos da barragens.

O que apresentamos agora é uma atualização do Mapa com levantamentos mais detalhados de 12 sub-bacias, trabalho realizado pela bióloga Nathália Rocha. Sua concepção e estruturação atual foi realizada pela comunicadora Iasmim Amiden e o biólogo Thiago Miguel.

Soma-se a este trabalho, o levantamento feito pelo biólogo Me. André Luiz Siqueira, a socióloga Me. Nathalia Ziolkowski e a bióloga Me. Vanessa Spacki, em um extenso trabalho de campo durante a execução do Projeto Clima Pantanal.

Percorreram cerca de 13 mil quilômetros, sendo 9.000 km por terra, 2.800 km por ar e 1.200 km por água, e entrevistaram moradores/as da cidade e do campo, pescadores/as, coletores/as de isca, piloteiros/as, pequenos/as agricultores/as, pecuaristas, representantes de grupos sindicais destas categorias, bem como pessoas ligadas ao turismo. Dos 50 grupos e localidades visitadas, 42 estão identificadas no Mapa.

Nas etapas anteriores deste trabalho, os estudos e o desenvolvimento do documento foram cuidadosamente coordenados pela doutoranda Silvia Santana Zanatta.

Leia também: Pesquisas da Ecoa sobre represas no Pantanal são utilizadas em artigo internacional

Também apoiaram a construção deste Mapa o Dr. Rafael Morais Chiaravalloti (inserção de dados), o Me. Edson R. Silva (shapes sub-bacias), Me. André Restel (shape BAP e inserção de dados).

Para que você possa usufruir e ter a melhor experiência com os dados fornecidos através do Mapa, disponibilizamos um breve vídeo demonstrativo.

Visualizar mapa na tela inteira

 

Fonte – O mapa das Represas na Bacia do Alto Paraguai (BAP) foi elaborado a partir de dados oficiais da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), do Sistema de Informação Georreferenciada do Setor Elétrico (Sigel) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Iasmim Amiden

Jornalista e Coordenadora do Programa Oásis da Ecoa.

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