A conferência do clima das Nações Unidas começou oficialmente na manhã de segunda-feira (30), em Paris. A COP21 recebeu 150 chefes de Estado e de governo – é o maior encontro de líderes mundiais fora da sede das Nações Unidas.
Na sessão de abertura, que contou com a presença do príncipe Charles, o clima foi de otimismo quanto ao resultado da conferência. As autoridades da COP e das Nações Unidas reforçaram a necessidade de um acordo eficaz para reduzir emissões de gases de efeito estufa e firmar cooperação internacional para que os objetivos sejam alcançados.
O ministro do Meio Ambiente do Peru, Manuel Pulgar-Vidal, que liderou a conferência em Lima em 2014, transmitiu a presidência da COP ao ministro de Relações Exteriores da França, Laurent Fabius. Pulgar-Vidal reforçou o caráter urgente de chegar a um acordo climático global, perseguido há mais de duas décadas, e a necessidade de passar uma mensagem de união entre os governos. “Estamos buscando um acordo que possa atender a questão climática, mas à questão do terrorismo, também. Podemos mostrar ao mundo que somos capazes de trabalhar juntos”, disse.
O peruano elogiou os esforços dos cochairs, a dupla encarregada de redigir o rascunho do acordo, em entregar um texto enxuto, claro e focado. “Esperamos que no dia 11 de dezembro às 18h possamos comemorar o acordo com um bom champanhe francês e um bom pisco, também.”
Laurent Fabius, o novo presidente da COP, pediu aos negociadores que facilitem a convergência. “Precisamos de duas coisas para alcançar um acordo: capacidade de ouvir e transparência.”
A secretária-geral da UNFCCC, a convenção do clima da ONU, Christiana Figueres, afirmou não ter dúvidas sobre um acordo ambicioso em Paris. Porém, pediu aos negociadores que não percam o foco. “Nós finalmente vemos um caminho, com engajamento e ação ousada dos países. Mas a tarefa ainda não está cumprida.”
O príncipe Charles, convidado de honra na sessão de abertura, também reforçou o caráter moral da negociação de clima. “Raramente tantas pessoas depositaram sua confiança nas mãos de tão poucos”, afirmou, destacando que as decisões tomadas em Paris impactarão mais nas futuras gerações.
Além da presença de mais de 150 chefes de estado e de governo, os registros voluntários de metas nacionais para reduzir as emissões de gases de efeito estufa também são responsáveis pelo otimismo em Paris. De acordo com a UNFCCC, 190 países registraram as suas INDCs – sigla para os compromissos nacionais apresentados. Esses países representam 95% das emissões globais.
No entanto, apesar do aspecto positivo, os cálculos sobre as metas apresentadas até agora não atendem ao objetivo principal: limitar o aquecimento global em 2ºC em relação ao período pré-industrial – limite considerado seguro para evitar os piores efeitos das mudanças climáticas.
Fonte: CÍNTYA FEITOSA/Observatório do Clima