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Causas da Crise Hídrica III

3 minutos de leitura
Itaipu Binacional.

Por Alcides Faria, biólogo e diretor executivo da Ecoa.

 

– Represas velhas, equipamentos forçam paradas e rendimento da água para geração elétrica é menor.

– Repotenciando 51 hidrelétricas no Brasil se teria uma Itaipu em geração nova.

 

Represas velhas, perdas e repotenciação.

Estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), divulgado em setembro de 2020, mostra as perdas e prejuízos para a geração de energia com o envelhecimento dos equipamentos das usinas hidrelétricas. Considerando o período entre 2007 e 2018, os autores encontraram que deixaram de ser gerados 208.963 GWh por “paradas forçadas” – situação que ocorre com maior frequência quando os equipamentos, como turbinas geradoras, por exemplo, de uma usina são muito velhos. Equipamentos novos, logicamente, têm menor probabilidade de quebra e com certeza são mais eficientes na produção de energia.

Imagem: Arquivo Furnas.

 

Os 208.963 GWh não gerados indicados no estudo do BID corresponderiam a U$12,762 bilhões pelo valor dos “leilões anuais de energia existentes”.

Matéria de O Estado De São Paulo demonstra que se em 51 das 1.495 hidrelétricas do Brasil ocorresse a troca e renovação de equipamentos, o aumento na geração pode alcançar 10 GWatts, quase o equivalente a uma hidrelétrica do porte de Itaipu. O País hoje pode gerar 109 GW.

Itaipu Binacional.

 

A Associação Internacional de Hidrelétricas (IHA) informa em relatório que os Estados Unidos obtiveram 70% de aumento na capacidade de geração hidrelétrica com a ‘repotenciação’ de usinas entre 2006 e 2016. O IHA aponta no mesmo relatório que o ganho pode chegar até a 20% com a troca de equipamentos. E esse é o caminho que seguem muitos países – até 2030 mais da metade da capacidade hidrelétrica mundial será ‘repotenciado’.

É uma das soluções para tempos de crises recorrentes: aproveitar muito mais a água em todos seus usos, inclusive aquela que passa nas turbinas das hidrelétricas.

 

 

 

 

 

 

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