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Por Daia Florios, GreenMe
A longevidade das abelhas foi reduzida pela metade em relação há 50 anos. Hoje, elas vivem em média apenas 17 dias. É o que revela uma nova pesquisa.
50 anos atrás, as abelhas comuns européias (Apis mellifera) viviam 50% a mais. Em 1970, as abelhas criadas em laboratório viviam em média 34,3 dias, hoje vivem apenas 17,7 dias.
O problema da mortalidade precoce provavelmente ter a ver com fatores genéticos, uso de pesticidas e vírus, revelam os cientistas do Departamento de Entomologia da Universidade de Maryland (EUA) Anthony Nearman e Dennis van Engelsdorp.
Os dois pesquisadores chegaram a essas conclusões depois de terem criado abelhas com vários tipos de água (deionizada, com1% de cloreto de sódio em deionizada ou com água da torneira) e compararam os dados com experimentos históricos.
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Qual é a expectativa de vida das abelhas?
Não é fácil calcular o tempo médio de vida de uma abelha. As rainhas, por exemplo podem viver até 5 anos, enquanto as operárias, de duas a seis semanas no verão; e cerca de vinte semanas no inverno. Em média, acredita-se que uma abelha operária possa viver de 30 a 60 dias.
Em condições controladas de laboratório, com abelhas criadas desde a fase de pupa em incubadoras especiais, os dois cientistas observaram que as abelhas viviam metade do tempo que viviam suas semelhantes 50 anos atrás, mantidas em condições experimentais parecidas (17,7 dias versus 34,3 dias).
O tempo de vida não dependeu do tipo de alimentação dada às abelhas.
Pesquisas anteriores demonstraram que a menor longevidade das abelhas corresponde a um menor tempo de forrageamento das colônias e consequentemente a uma menor produção de mel.
Os cientistas acreditam que a redução pela metade da longevidade observada em laboratório pode estar associada à perda de colmeias e à redução da produção de mel observada nas últimas décadas. Os dados obtidos são parecidos com “as taxas médias de inverno e as perdas anuais de 30% e 40% relatadas pelos apicultores nos últimos 14 anos”.
Os motivos relacionados à queda da longevidade das abelhas não estão claros, mas o uso de pesticidas está entre os mais prováveis – especialmente os neonicotinóides, considerados os principais culpados pela síndrome do despovoamento das colmeias e do desaparecimento das abelhas – além de vírus e fatores genéticos.
A pesquisa “Water provisioning increases caged worker bee lifespan and caged worker bees are living half as long as observed 50 years ago” foram publicados na revista Scientific Reports.