Com colaboração de Carolina Garcia.
Na Paisagem Modelo Pantanal, a bióloga Carolina Garcia conduz uma pesquisa sobre a coexistência entre produtores rurais e a fauna no Assentamento Rural 72, em Ladário (MS). No local, ocorrem diferentes tipos de produção alimentar, incluindo pecuária, hortaliças e frutíferas.
Há cerca de um ano, dez famílias do assentamento foram beneficiadas pela Paisagem Modelo com Sistemas Agroflorestais, método de plantio que integra árvores, cultivos agrícolas e, em alguns casos, pecuária, promovendo a regeneração do solo e a diversificação da produção. Esse sistema imita a dinâmica natural das florestas, tornando-se mais resiliente às mudanças climáticas e favorecendo a conservação da biodiversidade.
O estudo envolve entrevistas com os moradores, e o monitoramento por meio de armadilhas fotográficas. O objetivo é compreender os diferentes tipos de interações com a fauna, sejam elas positivas — que favorecem a permanência dos animais no assentamento e seus papéis ecológicos — ou negativas, que podem resultar em prejuízos tanto para os moradores quanto para a fauna.
Neste estudo, o uso de armadilhas fotográficas tem sido fundamental para registrar não apenas a presença da fauna, mas também as variações nas interações entre os animais e os modos de produção. “Enquanto nas áreas sombreadas pelas árvores frutíferas os animais visitam os quintais a todo momento, nas áreas mais abertas dos plantios, que chegam a marcar mais de 40 graus, os animais só aparecem durante a noite ou quando a temperatura cai”, destaca a pesquisadora.
Embora os dados ainda sejam preliminares, Carolina ressalta que os primeiros achados levantam novas questões e possibilidades para aprofundar o entendimento sobre a importância das agroflorestas na conservação da fauna pantaneira.