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Incêndio continua na Serra do Amolar; brigadas locais e Prevfogo atuam na resposta

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Fogo na Serra do Amolar. Foto enviada por Edilaine Arruda.

O incêndio que atinge a Serra do Amolar — região localizada na fronteira do Brasil com a Bolívia, entre Cáceres (MT) e Corumbá (MS) — desde o dia 29 de setembro continua ativo. O combate direto está sendo realizado por brigadistas do Prevfogo/Ibama, enquanto a Brigada Comunitária da Serra do Amolar/Binega monitora diversas frentes do fogo prontas para atuar caso seus territórios sejam ameaçados. Parte da equipe do Prevfogo está abrigada no Núcleo da Ecoa no Porto Amolar, base que apoia a logística das operações.

Imagem: Firms/NASA

Brigada Comunitária e a proteção dos moradores

Desde o início do incêndio, a Brigada Comunitária da Serra do Amolar tem desempenhado o papel de proteção da comunidade. Liderada por Roberto Carlos Arruda, conhecido como Beto, a equipe atua com agilidade e conhecimento do território, construindo aceiros e monitorando constantemente o avanço das chamas para evitar que o fogo desça dos morros e alcance as casas.

Em uma região remota e de difícil acesso, a ação preventiva tem sido fundamental para reduzir riscos e dar mais segurança aos moradores.

Edilaine Arruda, moradora local e brigadista, descreve a vigilância constante: “Aqui chegou um vento muito forte, estava quase impossível andar no rio. O pessoal era pra vir nos dar um apoio aqui, acabaram nem conseguindo vir. A gente vai continuar monitorando e ver se ele [o fogo] para no aceiro. Se ele parar no aceiro já tá bom demais pra gente, que a gente já consegue monitorar ele aí.”

A previsão é que somente entre sábado e domingo haja alguma chuva na região.

Articulação institucional e fortalecimento comunitário

A Brigada Comunitária Amolar/Binega passou por formação e reciclagem de brigadistas em abril deste ano, como parte da preparação para a temporada de incêndios florestais (TIF). Além de capacitar os moradores, o processo reforçou a articulação entre instituições, ampliando a capacidade de prevenção e resposta ao fogo com base na conservação da biodiversidade e no fortalecimento comunitário.

Essa ação foi coordenada pela Ecoa, com financiamento do projeto GEF Terrestre (executado pelo Funbio) e apoio do WWF Brasil/UNESCO. As formações envolveram representantes da Marinha do Brasil, Prevfogo/Ibama, SOS Pantanal, Diretoria de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul (base avançada Barra do São Lourenço), Polícia Militar Ambiental de Mato Grosso do Sul, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense.

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