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A hidrovia que vale à pena é a “hidrovia limpa”, diz Alcides Faria ao Correio Braziliense

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A reportagem “Hidrovias brasileiras são desconsideradas pelo poder público”, veiculada pelo Correio Braziliense, no dia 29 de julho de 2019, faz parte de uma série de reportagens que o veículo fez sobre vias de transporte no Brasil. Por meio dela é possível concluir que o ideal seria diversificar os meios de escoamento de produções e trânsito de passageiros entre hidrovias, rodovias e ferrovias, além de ter um cuidado especial com a realização de hidrovias para não interferir prejudicialmente o habitat natural.

Alcides Faria, diretor executivo da ONG Ecoa – ecologia e ação, em entrevista ao jornal, disse que não dá para colocar todas as fichas em um único modal. É preciso diversificar. Para ele, a hidrovia que vale a pena é a chamada “hidrovia limpa”, ou seja, aquela que não muda o curso natural do rio e que não necessita de dragagens constantes para remover sedimentos acumulados. “O que é uma porta aberta para excesso de gastos públicos e corrupção”, afirma. Segundo a reportagem, Alcides cita o exemplo da hidrovia do Paraguai, com cerca de 600km, mas com projeto de ampliação para mais de 1,2 mil km para chegar até Cáceres (MT), passando pelo Pantanal, um ecossistema muito sensível.

“Quando a hidrovia tem que destruir as condições naturais do rio, retirar as curvas, que controlam a velocidade da água, isso muda a vazão do rio, arrasta sedimentos de fundo, prejudica a reprodução dos peixes, entre outros efeitos negativos”, afirma Alcides. Ele conta que, quando o Pantanal está cheio, de dezembro a maio, a navegação entre Corumbá até o rio da Prata é perfeita. É lá que a Vale transporta minério nesse período. Depois de abril, o rio fica baixo e a navegação deve ser adaptada. Já no Norte, entre o Mato Grosso e o Mato Grosso do Sul, onde está localizado o Parque Nacional e a Estação Ecológica Taiamã, é uma região muito alagada.

Segundo a reportagem, Alcides afirma que o Pantanal é uma grande depressão, localizada na bacia do Alto Paraguai, com uma elevação na borda onde passa a Ferronorte, paralela à hidrovia. Para ele, a extensão da hidrovia para o Norte do Pantanal seria uma redundância ruim, com desastroso impacto ambiental. “Lá, para ter navegação, conforme o projeto, é preciso retificar e dragar o rio Paraguai, o que seria um desastre ambiental, pois causaria o desaparecimento da fauna”, lamenta.

Leia a reportagem na íntegra por meio do link: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2019/07/29/interna-brasil,774337/hidrovias-brasileiras.shtml

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