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Abelhas estão vivendo a metade do tempo que viviam há 50 anos

4 minutos de leitura
Foto: Boris Smokrovic via Unsplash

Joana Campos, Meteored

A expectativa de vida de abelhas criadas em laboratório reduziu para a metade, se comparado com a da década de 1970, o que sugere que pode haver um fator genético por trás das taxas crescentes de ruptura das colônias.

Expectativas médias de vida das abelhas

Há cinco décadas, o tempo de vida médio de uma abelha operária ocidental (Apis mellifera), que passou a sua vida adulta em um ambiente controlado, era de 34,3 dias. Agora, a média é de 17,7 dias, de acordo com a pesquisa de Anthony Nearman e Dennis vanEngelsdorp, da Universidade de Maryland.

Ao examinar a literatura científica existente sobre estudos semelhantes, Nearman observou uma tendência decrescente na duração de vida deste inseto desde a década de 1970 até os dias de hoje.

Paradoxalmente, verificou-se que as taxas de mortalidade duplicaram desde que os protocolos para a criação de abelhas em laboratório foram formalizados nos anos 2000.

Esta mudança implicou que soluções para o menor tempo de vida de colônias no campo, um problema que vem aumentando, pudessem ser encontradas nas próprias abelhas. “Na sua maioria, as abelhas são animais de criação, pelo que se reproduzem frequente e seletivamente a partir de colônias com características desejáveis, como a resistência a doenças”, diz Nearman.

“Neste caso, pode ser possível que a seleção para o resultado da resistência a doenças tenha sido uma seleção desavisada para a redução da duração de vida entre as abelhas individuais“, afirmou Nearman. “As abelhas de vida mais curta reduziriam a probabilidade de propagação de doenças”.

Quando o problema foi identificado?

Os pesquisadores começaram a encontrar taxas crescentes de perda de colônias por volta de 2006, após um fenômeno conhecido como ‘distúrbio de colapso de colônias’ ter começado a matar enormes quantidades de abelhas nos EUA.

Contudo, as taxas de perda de colônias permaneceram maiores aos valores que os apicultores consideram economicamente viável e as razões pelo qual isto acontece ainda são incertas.

Com este estudo foi possível perceber a dimensão do declínio das abelhas criadas em laboratório. Contudo, não explica o porquê de isto estar acontecendo. Serão feitas mais investigações, para se tentar explicar esta diferença na expectativa média de vida.

O trabalho de modelagem da equipe demonstrou que uma redução de 50% na duração de vida individual das abelhas resultaria em uma taxa de perda anual de colônias de 33% – um número que está de acordo com as taxas de inverno e com as perdas anuais de 30% e 40% que foram relatadas pelos apicultores.

Com isto, serão feitas mais investigações que analisarão as tendências da duração de vida das abelhas em diferentes partes dos EUA e no mundo todo, em uma tentativa de comparar o impacto relativo dos fatores genéticos e ambientais.

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