APA Baía Negra é o nome que recebe a Unidade de Conservação (UC) conhecida como Área de Proteção Ambiental Baía Negra.
Localizada na Rodovia Estadual MS-480, em Ladário (MS), a comunidade fica à beira do Rio Paraguai e possui quase 6 mil hectares com paisagens exuberantes e vastidão ecossistêmica.
A APA Baía Negra é gerida pela Fundação de Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural de Ladário-MS sendo a primeira Unidade de Conservação de Uso Sustentável no Pantanal, agregando preservação ambiental e a sobrevivência das populações tradicionais.
A UC foi criada pelo decreto 1.735 de 7 de outubro de 2010, como uma demanda do Ministério Público Federal (MPF) em parceria com a Secretária do Patrimônio da União (SPU).
Hoje a APA é possui um Conselho Gestor próprio e deliberativo, composto por representantes governamentais e da sociedade civil.
O grupo produtivo de mulheres da comunidade está formalmente organizado desde o dia 11 de dezembro de 2018. Trata-se da Associação de Mulheres Produtoras da APA Baía Negra, de direito privado, sem fins lucrativos.
Além da finalidade de promover o bem-estar das associadas e seus dependentes, a Associação serve de espaço coletivo de produção de derivados de frutos nativos da região do Pantanal.
O objetivo da entidade é congregar mulheres que exerçam atividades econômicas baseadas no extrativismo não madeireiro, que inclui a exploração sustentável de frutos nativos e da pesca, prestação de serviços, turismo, gastronomia e artesanato.
Além disso, o espaço promove atividades técnicas e realiza incidência política, para acesso aos direitos enquanto moradoras/es de uma Área de Proteção Ambiental (APA).
Sua importância enquanto Unidade de Conservação, confere a comunidade características particulares e, por isso, possuem um plano de manejo cujo objetivo é evitar a degradação ambiental, garantir o desenvolvimento das aptidões naturais da região e tornar viável a atividades sustentáveis, capazes de incrementar e a geração de renda das famílias.
O trabalho realizado por essas mulheres está voltado a laranjinha-de-pacu e ao jaracatiá, frutos nativos do Pantanal:
Nomes Populares: Moranguinha, laranjinha, laranjinha-de-pacu, macondjê
Nome Científico: Pouteria glomerata (Miq.) Radlk.
Floração: Geralmente, de Janeiro a Abril
Frutificação: Geralmente, de Maio a Julho
Nomes Populares: mamãozinho-do-mato, mamão-nativo-de-árvore, mamão-de-espinho, mamão-bravo e mamão-de-veado
Nome Científico: Jacaratia corumbensis
Floração: Geralmente, de outubro a novembro
Frutificação: Geralmente, de fevereiro a março. O fruto, porém, não é utilizado e sim parte da raiz em proporção que garanta sustentabilidade a atividade e manutenção dos espécimes.
O trabalho desempenhado pelas mulheres começa com a coleta do fruto (no caso da Laranjinha-de-Pacu) ou da raiz (no caso do Jaracatiá), realizada por meio de deslocamento por água, com barco marajó ou canoa de um pau só (chalaninha). Ou, ainda, por terra, quando nas proximidades da comunidade.
Todo o processamento é desenvolvido em cozinhas particulares. A ampliação da produção depende da instalação da cozinha comunitária, que está em desenvolvimento.
No caso do Jaracatiá, a extração é feita apenas por uma família da comunidade, o que garante uma coleta ordenada na produção, uma vez que há poucas informações sobre a sustentabilidade do uso dessa raiz.
Produtos
– Polpa da laranjinha-de-pacu
– Geleia de laranjinha-de-pacu
– Doce em calda de jaracatiá
– Rapadura de jaracatiá
– Bombom de jaracatiá
– Casadinho de jaracatiá
Associação de Mulheres Produtora da APA Baía Negra (Ladário/MS) – Contato Julia: (67) 9625-5613
Bom dia Luana,
Só uma correção ao texto divulgado. A Jacaratia usada para produção de rapadura da Apa Baía Negra é a Jacaratia corumbensis. Jacaratia spniosa é a que a Helida usa na região de Bonito.
Bom dia. Agradecemos pela correção, ajustamos o texto. Obrigado!