Por Ethieny Karen (Ecoa – Ecologia e Ação)
Ethieny é estagiária da Ecoa e graduanda em Jornalismo pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
Em agosto, aconteceu um protesto de apicultores de Mato Grosso do Sul, na capital do estado, Campo Grande, contra o uso de agrotóxico nas plantações, fator identificado como um dos principais responsáveis pela crescente mortandade das abelhas. De acordo estudo realizado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), de 2016, nos últimos dez anos, o uso de agrotóxicos, principalmente no plantio de cana-de-açúcar, já acabou com mais de 50 mil colmeias.
O problema de mortandade das abelhas é chamado de Colapso das Colmeias (CCD para a sigla em inglês), pois já afetou milhares de colmeias em todo o mundo. Os EUA é o país mais afetado, o número de colmeias caiu pela metade de 1940 até hoje. Na Europa, houve um declínio de 50% nos últimos 50 anos e, no Brasil, o problema é generalizado no principal estado produtor de mel, o Rio Grande do Sul.
A morte de abelhas e de outros polinizadores, como morcegos e beija-flores causarão impactos diretos na alimentação e economia.
Segundo Gustavo Nadeu Bijos, presidente da Federação de Apicultura e Meliponicultura de Mato Grosso do Sul (FEAMS) questões importantes foram reivindicadas pelos apicultores durante o protesto, como a implantação do Programa Nacional de Sanidade Apícola, banimento dos defensivos agrícolas, já proibidos na Europa, China e Estados Unidos, criação de um fundo para pesquisas com controles biológicos de pragas em lavouras e outras culturas agrícolas, criação de uma campanha de esclarecimentos aos agricultores sobre os benefícios da polinização das abelhas em diversas culturas agrícolas, incentivo ao diálogo entre agricultores, apicultores e empresas que trabalham no ramo da agricultura e silvicultura.
Além disso, reforçar o trabalho em conjunto com Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (IMASUL), Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (IAGRO) e Ministério da Saúde na fiscalização e controle de produtos químicos nas culturas agrícolas, implantar um laboratório de referência apícola para análises de amostras com suspeitas de intoxicação, como também de outras enfermidades e incentivo e auxílio na ampliação da produção orgânica e da apicultura e meliponicultura na agricultura familiar.
A ECOA – Ecologia e Ação busca suporte para que um programa de proteção aos polinizadores seja permanente. Oásis é um programa que fornece condições para a conservação das espécies polinizadoras e também para alternativa de renda à famílias ribeirinhas, a partir da produção e venda de mel, de comunidades tradicionais do Pantanal.
Veja algumas imagens do protesto que aconteceu em Campo Grande: