Painel- Página 6

A possibilidade de novos incêndios em 2025 está presente, apesar das chuvas intensas na sub-bacias da parte norte a partir de dezembro de 2024 e nas da parte sul a partir de abril e maio de 2025. Essas chuvas inundaram partes da planície pantaneira, mas agora a vegetação de partes do Pantanal já apresenta estresse hídrico, condições propicias ao fogo.

Comentário de Alcides Faria publicado na Folha de São Paulo na matéria “Comunidades ribeirinhas do pantanal em MS têm acesso precário a saúde e sofrem efeitos de queimadas” publicada no dia 13/07/2025.

Parabéns pela matéria. Conheço a região desde a ultima década do século passado, tendo acompanhado vários eventos climáticos extremos, dentre eles grandes cheias (2011 e 2018) e, mais recentemente, as secas de 2020 e 2024, eventos que criaram as condições para os incêndios devastadores. O quadro hoje vai além das cicatrizes, pois, em alguns casos, as feridas ainda estão abertas e a questão é: são ‘cicatrizáveis’?

Comentário de Alcides Faria publicado na Folha de São Paulo na matéria “Comunidades ribeirinhas do pantanal em MS têm acesso precário a saúde e sofrem efeitos de queimadas” publicada no dia 13/07/2025.

Você já conhece o Programa Oásis da Ecoa? Assista ao vídeo e saiba mais sobre a produção, pesquisa e proteção aos polinizadores

O Programa Oásis visa a proteção dos polinizadores em diferentes nichos, incluindo cidades. Os projetos e ações do Programa compreendem pesquisas; a educação com relação às diferentes espécies e seu papel nos ambientes; os riscos do uso de pesticidas na cidade e no meio rural; a contenção de desmatamentos; a formação de brigadistas contra queimadas e a produção apícola e de abelhas nativas sem ferrão em regiões livres de agrotóxicos, dentre outras medidas. Os efeitos das mudanças climáticas localmente também devem ser analisados.

Ministra Marina Silva receberá, no próximo dia 24, representantes de comunidades do Pantanal

/

Representantes de comunidades do Pantanal serão recebidos pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em Brasília no próximo dia 24. A agenda inclui questões de interesse dos moradores da região.

Algumas pessoas viajarão de barco para chegar a Corumbá (MS), viagem que pode durar até 26 horas em embarcações maiores, e dali tomarão uma van para encarar um trajeto de mais de 1.600 quilômetros até Brasília. É o que denominaram “Missão Pantanal”. Estão agendadas outras reuniões, dentre elas no ministério da Pesca e na Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados.

O Pantanal enfrenta desafios ambientais que afetam diretamente quem depende dele para sobreviver. Por isso, essa mobilização representa mais do que uma viagem, é uma tentativa de fazer com que as decisões tomadas em Brasília levem em consideração os guardiões do bioma.

Entre os temas que serão tratados com a ministra estão a urgência os problemas trazidos pelos incêndios devastadores de 2024 e o quadro para 2025, trazendo a necessidade apoio para as brigadas comunitárias; a mudança no comportamento das onças que passaram a aproximar-se das casas, ameaçando os moradores e a necessidade de avanços na defesa de seus territórios tradicionais.

Secas ameaçam oferta de néctar e colocam em risco plantas e polinizadores

Um estudo da Unesp indica que a redução de chuvas pode diminuir em até 95% o valor energético do néctar e afetar o equilíbrio ecológico e a produção agrícola.

A pesquisa foi realizada no âmbito do Centro de Pesquisa em Biodiversidade e Mudanças do Clima (CBioClima), sediado na Unesp de Rio Claro (SP) e foi publicada na revista Scientific Reports e apoiada pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).

De acordo com a professora do Instituto de Biociências de Botucatu da Unesp e coordenadora do estudo, Elza Guimarães, a redução do néctar afeta toda a cadeia: “Sem néctar para consumir, as abelhas vão embora, as plantas não se reproduzem e os agricultores perdem a produção”.

Com informações de Agência Fapesp

Senado confirma adesão do Brasil à nova fase do fundo de investimento do BID

O Plenário do Senado aprovou o projeto para a adesão do Brasil à terceira versão do Fundo Multilateral de Investimento administrado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento. O PDL 382/2024 segue para promulgação.

A adesão vai garantir recursos para investir no setor privado na América Latina e Caribe. Os projetos financiados devem apoiar pequenas e médias empresas, capacitação de mão de obra, capital de risco e parcerias público-privadas.

Com informações da Agência Senado

As águas na parte norte do Pantanal começam a baixar lentamente, centímetro a centímetro. [Leia aqui]

O rio Paraguai na Bela Vista do Norte, localizada nas proximidades das fronteiras entre Bolívia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, no município de Corumbá (MS), que chegou a 4,97 metros no dia 15 de julho, registra hoje, 9 de julho, uma redução de 17 centímetros: 4,8 metros.

No Porto Amolar, abaixo de Bela Vista do Norte, onde está a base da Ecoa, a diminuição do nível também já é observada. Nos últimos cinco dias, a régua local indicou queda de dois centímetros. Mais abaixo, em Ladário (MS), no centro-oeste do Pantanal, o rio Paraguai ainda avança um centímetro por dia, mas deve começar a baixar nos próximos dias. Mais ao sul, medidas das réguas de Porto Esperança, Forte Coimbra e Fuerte Olimpo registram aumento de nível – são as águas do norte somadas às das sub-bacias do rio Miranda/Aquidauana, Taquari e rio Negro. Este último marca a divisa entre Bolívia e Paraguai.

A análise foi feita a partir de dados da Marinha do Brasil, Servicio Metereologicoy hidrológico del Paraguai e dados da Ecoa, com análise de Fernanda Cano e atualizações de Reinaldo Nogales na Serra do Amolar.

Menos onças na orla de Corumbá (MS): medidas preventivas podem estar fazendo efeito

Os moradores dos bairros próximos ao rio Paraguai e Canal do Tamenho em Corumbá (MS) ainda observam algumas pegadas de onças-pintadas, porém com menos frequência.

Em entrevista ao jornal Campo Grande News, a responsável pelo Núcleo de Fauna do Ibama em Campo Grande, Fabiane Gonçalves, afirmou que as medidas adotadas para afugentar os felinos estão surtindo efeitos positivos. “Além das rondas motorizadas noturnas, realizadas pela Polícia Militar Ambiental e equipe do Ibama (Prevfogo), foram instalados repelentes luminosos e iluminação pública próximos às residências”, informa trecho da reportagem.

“A força-tarefa continuará ativa até que as águas voltem a baixar, com o retorno dos animais a seu habitat, mantendo reuniões permanentes com os moradores e as ações pontuais”, informou Fabiane.

Pantanal em centímetros: a voz da régua de Ladário

///
  • Os níveis do rio Paraguai desde 1900 organizados para facilitar as pesquisas.

A famosa “Régua de Ladário”, localizada em Ladário (MS), é uma das principais medidas do nível do rio Paraguai, sendo um dos instrumentos mais importantes para monitorar o comportamento das águas do Pantanal, principalmente de sua parte centro-norte.

Com registros desde 1900, ela reúne uma das séries históricas mais longas de um rio no Brasil, sendo referência para os que querem entender a dinâmica das águas na planície pantaneira. Fernanda Cano e Alcides Faria, da Ecoa, trabalham sistematicamente na busca de dados e informações sobre essa dinâmica. O objetivo é a construção de cenários relacionados a eventos climáticos extremos e seus efeitos em cada sub-bacia.

Uma das áreas investigadas foi a das possíveis relações entre a temperatura das águas do oceano Pacífico (fenômenos La Niña e El Niño) e eventos climáticos no Pantanal, tomando por base dados do NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration) dos Estados Unidos. Para facilitar o trabalho, Cano decidiu organizar os dados da Hidroweb da ANA (Agência Nacional de Águas) para facilitar as necessárias análises, resultado que agora tornamos público.

Os dados abaixo são referentes ao primeiro dia de cada mês. Em vermelho estão destacados os números menores e em azul, os maiores.

 

1 4 5 6 7 8 12